As recomendações se baseiam nas orientações do grupo que analisa Segurança Alimentar Mundial (cuja sigla em inglês é CFS). O objetivo é fazer com que cada país apresente sua proposta para contornar os efeitos das altas dos preços.
De acordo com a FAO, os mais atingidos pela alta dos preços são os países importadores de trigo, onde o produto é a base da alimentação. Com isso, os mais afetados devem ser os países do Oriente Médio e Norte da África ? no caso o Egito que é o maior importador do mundo ? , além de áreas específicas na Ásia e na América do Sul.
O impacto do aumento dos preços internacionais do trigo para os consumidores dependerá das políticas em vigor nos diferentes países, segundo a FAO. Por enquanto, nos países da América Latina, os preços do trigo permanecem estáveis. Mas nos países da região da América Central, os preços do milho, que é a base da alimentação, sofreram aumentos.
A situação mais grave foi registrada em Moçambique, na África, onde o preço do trigo aumentou cerca de 30%, provocando alta no valor do pão e gerando vários protestos nas ruas das principais cidades do país. Na Ásia, a situação também é considerada grave, principalmente em relação ao trigo. No Afeganistão a farinha de trigo registrou alta de 24%. Na Mongólia, 23%, em Bangladesh, 21%, e no Paquistão, 8%.
Apenas em julho o preço do trigo subiu, em média, de 60% a 80%, enquanto o valor do milho aumentou aproximadamente 40%. O arroz aumentou apenas 7%, segundo dados da FAO. A alta dos preços foi provocada por uma série de fatores, como seca em algumas regiões e chuva em outras.
Pela previsão da empresa Crop Prospects, que atua em parceria com a FAO, a produção de grãos este ano deve cair em 1% em comparação a 2009. A estimativa é de produção de 2.239 milhões de toneladas de grãos. O relatório da companhia analisou a importação de cereais de 77 países apontados como mais pobres, de baixa renda e registros de déficits negativos.