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Faturamento das Ceasas cresce 5%

Número mostra pressão de alta nos hortifruti em 2014, uma vez que o volume comercializado não aumentou na mesma proporçãoO faturamento das centrais de abastecimento do Brasil teve aumento de 5% em 2014. Desempenho bem superior ao aumento no volume de hortigranjeiros comercializado, que foi de 1,53% em relação ao ano anterior. Os dados são do boletim de hortifruti divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta, dia 16.

Fonte: Divulgação/Pixabay

À exceção da região Nordeste, em todas as demais regiões observou-se aumento do volume comercializado no ano de 2014. O destaque ficou com a região Norte, com crescimento de 9,07%. Para as 51 Ceasas consideradas no boletim da Conab, o total comercializado em 2014 foi de 16 milhões de toneladas, representando um aumento de 1,53% em relação ao ano anterior.

O montante total comercializado em 2014 foi de R$ 28 bilhões, representando um aumento de 5,02% em relação ao ano anterior. Os números demonstram uma pressão nos preços de alguns hortigranjeiros. A análise é feita nos mercados atacadistas por meio do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) e atualiza os preços médios das principais frutas e hortaliças comercializadas Ceasas.

Frutas

Entre as principais frutas analisadas (banana, laranja, maçã, mamão e melancia), o principal aumento foi verificado no mamão, com elevação do preço médio, no período de fevereiro a março de 2015, entre 12,07% (Ceasa/PR) e 34,43% (Ceagesp/SP), em todos os entrepostos pesquisados. Isso se deve à menor oferta do produto nos principais centros de comercialização, quando comparado aos meses de dezembro de 2014 e janeiro de 2015. Esse movimento de preços deve permanecer até meados de junho e julho, quando, no segundo semestre, a oferta deve se regularizar e os preços se estabilizarem em níveis mais baixos.

Em relação à melancia, verificou-se redução de preços entre 8,76% (Ceasa/MG) e 23,81% (Ceasa/RJ), exceto no mercado atacadista do estado do Paraná. Em São Paulo, a safrinha, colhida neste período, e que deve prosseguir até maio, apresenta baixa produtividade devido a doenças verificadas nas lavouras ocasionadas pelo clima desfavorável.  A baixa qualidade apresentada ajuda a desvalorizar ainda mais o produto, sendo um fator desestimulante para o produtor. Na primeira quinzena deste mês, as cotações do produto continuam baixas.

laranja também apresentou redução de preços em quase todos os entrepostos, exceto na unidade de Vitória da Ceasa/ES. A banana e a maçã não apresentaram comportamento uniforme nos mercados. Pequenas flutuações de preços para cima e para baixo nos entrepostos atacadistas são explicadas pelo volume ofertado e pela qualidade do produto nos mercados.

Hortaliças

As cinco principais hortaliças avaliadas foram alface, batata, cebola, cenoura e tomate. Dentre elas, a alface apresentou elevação de preços nos entrepostos de Vitória/ES, São Paulo/SP e Belo Horizonte/MG, onde foram pressionados pela elevação dos custos de produção. O impacto se deu pelo aumento dos combustíveis e dos gastos com insumos e agroquímicos, em boa parte importados e, portanto, sofrendo com a flutuação do dólar.

Os preços médios da cebola também se elevaram em todos os mercados estudados, chegando a uma alta, em relação ao mês anterior, de aproximadamente 45% no entreposto atacadista paulista. A cebola importada da Argentina, país que ainda está em início de safra, está entrando no mercado nacional com baixa qualidade e preços altos, puxando os preços da cebola brasileira para cima. As chuvas de fevereiro e março deste ano atrasaram o início do plantio das novas safras, principalmente nas regiões produtoras paulistas, entretanto a expectativa entre os produtores é que a colheita do produto se inicie em meados de julho, normalizando a oferta do produto no segundo semestre deste ano.

Já a batata, conforme verificado nos últimos anos, continua apresentando queda nos preços médios entre 3% (Ceasa/MG) e 17% (Ceasa/PR) para o período, devido ao término da safra das águas. A colheita da nova safra das principais regiões produtoras do  Sul do país deve ter o início postergado para meados de maio, o que pode causar certa defasagem na oferta de batata no final desde semestre e, consequente, reflexo nos preços do produto.

tomate, principal hortaliça contabilizada no cálculo do índice de inflação oficial, apresentou aumento de preços em todos os mercados, exceto no mercado de São Paulo/SP. A crise hídrica, que afetou diversas regiões produtoras do país no início do ano, prejudicou o desenvolvimento e a colheita do fruto. Estudos recentes demonstram que a safra de inverno pode não ter irrigação suficiente por conta do volume atual dos reservatórios, ficando difícil afirmar o movimento de preços que pode ocorrer devido às intempéries climáticas.

O boletim considerou, nesta edição, os entrepostos localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná.

Edição de Gisele Neuls

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