À exceção da região Nordeste, em todas as demais regiões observou-se aumento do volume comercializado no ano de 2014. O destaque ficou com a região Norte, com crescimento de 9,07%. Para as 51 Ceasas consideradas no boletim da Conab, o total comercializado em 2014 foi de 16 milhões de toneladas, representando um aumento de 1,53% em relação ao ano anterior.
O montante total comercializado em 2014 foi de R$ 28 bilhões, representando um aumento de 5,02% em relação ao ano anterior. Os números demonstram uma pressão nos preços de alguns hortigranjeiros. A análise é feita nos mercados atacadistas por meio do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) e atualiza os preços médios das principais frutas e hortaliças comercializadas Ceasas.
Frutas
Entre as principais frutas analisadas (banana, laranja, maçã, mamão e melancia), o principal aumento foi verificado no mamão, com elevação do preço médio, no período de fevereiro a março de 2015, entre 12,07% (Ceasa/PR) e 34,43% (Ceagesp/SP), em todos os entrepostos pesquisados. Isso se deve à menor oferta do produto nos principais centros de comercialização, quando comparado aos meses de dezembro de 2014 e janeiro de 2015. Esse movimento de preços deve permanecer até meados de junho e julho, quando, no segundo semestre, a oferta deve se regularizar e os preços se estabilizarem em níveis mais baixos.
Em relação à melancia, verificou-se redução de preços entre 8,76% (Ceasa/MG) e 23,81% (Ceasa/RJ), exceto no mercado atacadista do estado do Paraná. Em São Paulo, a safrinha, colhida neste período, e que deve prosseguir até maio, apresenta baixa produtividade devido a doenças verificadas nas lavouras ocasionadas pelo clima desfavorável. A baixa qualidade apresentada ajuda a desvalorizar ainda mais o produto, sendo um fator desestimulante para o produtor. Na primeira quinzena deste mês, as cotações do produto continuam baixas.
A laranja também apresentou redução de preços em quase todos os entrepostos, exceto na unidade de Vitória da Ceasa/ES. A banana e a maçã não apresentaram comportamento uniforme nos mercados. Pequenas flutuações de preços para cima e para baixo nos entrepostos atacadistas são explicadas pelo volume ofertado e pela qualidade do produto nos mercados.
Hortaliças
As cinco principais hortaliças avaliadas foram alface, batata, cebola, cenoura e tomate. Dentre elas, a alface apresentou elevação de preços nos entrepostos de Vitória/ES, São Paulo/SP e Belo Horizonte/MG, onde foram pressionados pela elevação dos custos de produção. O impacto se deu pelo aumento dos combustíveis e dos gastos com insumos e agroquímicos, em boa parte importados e, portanto, sofrendo com a flutuação do dólar.
Os preços médios da cebola também se elevaram em todos os mercados estudados, chegando a uma alta, em relação ao mês anterior, de aproximadamente 45% no entreposto atacadista paulista. A cebola importada da Argentina, país que ainda está em início de safra, está entrando no mercado nacional com baixa qualidade e preços altos, puxando os preços da cebola brasileira para cima. As chuvas de fevereiro e março deste ano atrasaram o início do plantio das novas safras, principalmente nas regiões produtoras paulistas, entretanto a expectativa entre os produtores é que a colheita do produto se inicie em meados de julho, normalizando a oferta do produto no segundo semestre deste ano.
Já a batata, conforme verificado nos últimos anos, continua apresentando queda nos preços médios entre 3% (Ceasa/MG) e 17% (Ceasa/PR) para o período, devido ao término da safra das águas. A colheita da nova safra das principais regiões produtoras do Sul do país deve ter o início postergado para meados de maio, o que pode causar certa defasagem na oferta de batata no final desde semestre e, consequente, reflexo nos preços do produto.
O tomate, principal hortaliça contabilizada no cálculo do índice de inflação oficial, apresentou aumento de preços em todos os mercados, exceto no mercado de São Paulo/SP. A crise hídrica, que afetou diversas regiões produtoras do país no início do ano, prejudicou o desenvolvimento e a colheita do fruto. Estudos recentes demonstram que a safra de inverno pode não ter irrigação suficiente por conta do volume atual dos reservatórios, ficando difícil afirmar o movimento de preços que pode ocorrer devido às intempéries climáticas.
O boletim considerou, nesta edição, os entrepostos localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná.
Edição de Gisele Neuls