O bom faturamento em 2008 no setor de máquinas e implementos agrícolas não significa que neste mercado deixou de ser atingido pela crise financeira. O setor alcançou um faturamento real no ano passado de quase 36,9% a mais em relação a 2007. Mas o último trimestre já registrou forte queda em relação ao trimestre anterior, com retração de quase 29%. Acompanhando este cenário de baixa, veio o desemprego. Em dezembro a queda chegou a 2,5%.
? Nós vínhamos de mais de cinco anos com um crescimento constante no nível de emprego. Em novembro já começou a cair, em dezembro caiu e infelizmente achamos que em janeiro vai cair ainda mais ? disse Carlos Pastoriza, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas Agrícolas (Abimaq).
Na opinião dele, fazer qualquer projeção para 2009 ainda é difícil, pois o quadro permanece instável. A expectativa é de que a crise seja curta.
? O cenário com que vamos trabalhar em 2009 vai depender muito de atitudes que o governo venha a tomar para compensar a crise de maneira anticíclica ? acrescenta.
Para amenizar os efeitos da turbulência financeira, a Abimaq enviou ao ministro da Fazenda Guido Mantega e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) algumas propostas. A redução da taxa Selic para, no mínimo, 9% ao ano, o incentivo ao investimento e o aumento do limite de crédito do cartão banco são algumas das propostas.
? No dia 4 teremos a segunda reunião do comitê de acompanhamento da crise, criado pelo presidente Lula, na qual vamos nos encontrar com Mantega para discutir mais profundamente essas propostas que nós e outras entidades enviamos. Tomara que possamos ter um sinal verde para que essas medidas sejam aprovadas e implementadas, porque estamos de fato correndo contra o tempo para evitar que essa crise se estabeleça mais fortemente entre nós ? concluiu Pastoriza.