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IMPORTAÇÃO

Fávaro: arroz importado deve chegar aos supermercados em até 40 dias

Segundo o ministro, o problema não é o estoque do Rio Grande do Sul, mas a infraestrutura logística e a dificuldade para emitir nota fiscal

Arroz, alimentos
Foto: Sebastião José de Araújo/Embrapa Arroz e Feijão

Com a autorização para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) comprar até 300 mil toneladas de arroz beneficiado importado, publicada na terça-feira (28) pelo Governo Federal, o produto deve chegar às gôndolas dos supermercados em até 40 dias. A afirmação é do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, durante participação no programa Bom Dia, Ministro desta quarta-feira (29).

Segundo Fávaro, o estado do Rio Grande do Sul é responsável por 70% de toda a produção de arroz do Brasil, que chega a mais de 10 milhões de toneladas. E que a medida vai evitar a especulação nos preços e garantir a distribuição do produto para todo o país.

De acordo com o ministro, o governo não quer afrontar os produtores de arroz. “Agora nós precisamos olhar quais as consequências dessa tragédia para a população brasileira. O arroz é a base da alimentação do brasileiro. Tem gente querendo criar um movimento especulativo em cima da tragédia”.

“O governo precisa coibir isso. Veja que nos últimos 30 dias, o arroz subiu 30, 40%, o saco de 5 quilos. E nós recebemos a Conab, de herança do governo passado, completamente destruída. Não tinha 1 quilo de estoque público. O governo começa a recompor os estoques, fizemos essas ações em 2023, e foi um sucesso, não deixamos faltar produto em nenhuma região”.

“Agora vem a questão do arroz. Temos agora uma Medida Provisória que autorizou a compra de arroz importado, se for preciso, até um milhão de toneladas. Nós sabemos que o Rio Grande do Sul tem um estoque suficiente para abastecer o Brasil, independente da tragédia que aconteceu, mas concordando com os próprios lideres do setor lá no estado que o problema hoje é a infraestrutura logística, é dificuldade para emitir nota fiscal.”

“Então nós não podemos deixar o mercado na vulnerabilidade. A portaria interministerial para a compra do arroz foi publicada ontem, hoje deve sair o edital de compra, e nós vamos gradativamente controlando essa compra, abastecendo o mercado, mantendo o preço nos níveis razoáveis para a população e estimulando também a produção. E ele deve chegar nas gôndolas dos supermercados, eu acredito, em 30, 40 dias.”, afirmou Fávaro

O arroz importado será destinado à venda para pequenos varejistas, mercados de vizinhança, supermercados, hipermercados, atacarejos e outros estabelecimentos comerciais, incluindo equipamentos públicos de abastecimento, que disponham de ampla rede de pontos de venda nas regiões metropolitanas. O ministro informou ainda que o arroz importado vai estar identificado nos supermercados.

“O arroz vai estar identificado, com preço máximo de R$ 20 o pacote de 5 quilos. O arroz do tipo 1, o arroz do paladar do brasileiro, do gosto do brasileiro, que a imensa maioria da população consome. Por determinação do presidente Lula tiramos o tributo de importação de todos os países. Hoje o Brasil está aberto para vir arroz de onde quiser vir. Esse tributo era de 12%.

“O Brasil já está recebendo um pouco de arroz vindo da Tailândia, pagando imposto. Então nós acreditamos que agora sem a tributação será mais competitivo esse arroz asiático, e o leilão vai estar aberto para todo mundo, para quem quiser vender para o Brasil.”

Segundo Fávaro, o arroz vai chegar com a embalagem com preço destinado, pois tem uma subvenção do governo. “O governo está fazendo isso pra controlar o exagero de preço, a especulação financeira de 30, 40% em 30 dias. Não é concebível uma situação como essa”, explicou.

Fake news e a questão do arroz

Para o ministro, as chamadas fake news também causaram problemas na questão do arroz. “As pessoas criando factoides, mentiras, dizendo à população, soltando vídeos e áudios que o arroz ia faltar na gôndola do supermercado, que um pacote de arroz ia chegar a R$ 70. As pessoas começaram a correr, a fazer a compra daquilo que não precisava”.

“Isso começou a desabastecer algumas redes de supermercados, e consequentemente vem os aproveitadores. Os aproveitadores suspendem as vendas, vê que a demanda está mais forte que as oferta, e aí começaram a aumentar os preços”.

“Então não é o produtor que fez isso, mas a especulação no mercado que faz com que o governo tenha que tomar ações. Agora vamos mostrar que estamos disponíveis a comprar 1 milhão de toneladas. Talvez nem seja preciso comprar tudo isso. Mas até que o mercado esteja estável o governo vai estar agindo”.

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