O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quinta-feira (14) que o governo quer apresentar a conversão de pastagens degradadas em áreas de produção agropecuária com a “roupagem e o compromisso certificado da sustentabilidade”.
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O objetivo do programa encampado pelo Executivo é recuperar até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade, o que poderia dobrar a área de produção de alimentos no país sem desmatamento, em um prazo de dez anos.
“É fato que o Brasil assume cada vez mais compromisso com a sustentabilidade, compromisso com a produção que respeita o meio ambiente, que respeita as legislações trabalhistas, as boas parcerias. E o mundo quer cada vez mais isso”, disse Fávaro, em café com jornalistas.
Segundo o ministro, muitos países falam em diminuição da agropecuária como forma de manter a sustentabilidade, mas não é isso que o governo brasileiro defende. “O Brasil tem o mesmo compromisso ambiental, mas com crescimento (da produção agrícola), incremento de área, com crescimento de oportunidades, e cada vez menos desmatamento.”
Fávaro ressaltou que o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD) já está previsto em decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que é preciso levar a proposta ao exterior para conseguir financiamento.
O ministro quer apresentar o programa “com a roupagem e o compromisso certificado da sustentabilidade”. “Para que isso atraia capital, abra mais mercados e possa gerar ativos de sustentabilidade”, acrescentou. O pacote deve incluir linhas de crédito para os produtores realizarem práticas sustentáveis nas áreas degradadas.
“Queremos zerar o desmatamento, não precisamos crescer sobre a floresta. Claro, tem o Código Florestal que tem permissões para poder fazer novas áreas improvisadas, mas não é necessário”, disse Fávaro, ao citar a conversão de pastagens degradadas em áreas de produção sustentável.
O Ministério da Agricultura iniciou nesta quinta-feira (14) o funcionamento de grupos de trabalho que apresentarão propostas sobre o programa para um comitê presidido pelo assessor especial Carlos Augustin.
A ideia é que, com o apoio do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o ministério auxilie na captação de recursos externos para financiar as atividades do programa.
“O mundo quer que a gente não desmate. concordamos com isso. O mundo quer alimentos saudáveis produzidos com baixo carbono, com isso de bioinsumos. Com uma série de requisitos de sustentabilidade podemos fazer isso, temos capacidade técnica, mas não temos dinheiro”, disse Augustin, que também participou do café com jornalistas, na sede do ministério. “Não queremos usar recurso do Tesouro, e vamos insistir nessa tecla, a não ser que dê tudo errado na nossa comunicação”, emendou.
A ideia é captar o chamado “dinheiro verde”, uma espécie de financiamento externo para atividades sustentáveis com juros baixos.
Fávaro disse que será necessário explicar para o investidor internacional os benefícios de aplicar seus recursos para ampliar a conversão de pastagens degradadas em áreas sustentáveis no Brasil.