BB faz mutirões para renegociar dívida agrícola em MT

Produtores poderão se informar sobre o valor atualizado da dívidaUma equipe da diretoria de recuperação de ativos o Banco do Brasil (BB) fará mutirões para renegociação de dívida dos produtores rurais nesta segunda, dia 14, em Campos de Julio, e nesta quarta, dia 16, em Comodoro, municípios localizados na região oeste de Mato Grosso. A renegociação será feita apenas com os produtores que possuem dívidas vencidas até 30 de junho do ano passado, cujo valor for superior a R$ 100 mil.

Os produtores terão a oportunidade de se informar sobre o valor atualizado da dívida e renegociar os contratos. No caso dos produtores que têm dívidas inferiores a R$ 100 mil, as renegociações serão feitas diretamente nas agências do Banco do Brasil nos municípios. A medida vale para os clientes que possuem dívidas ajuizadas.

Segundo o diretor de relações institucionais da Famato, Rogério Romanini, o cenário atual, com bons preços da soja, milho, algodão e do boi, é favorável à renegociação dos débitos dos agricultores, que estão se arrastando desde a crise do agronegócio registrada entre 2004 e 2006. Ele afirmou que a tentativa de renegociação feita pelo Banco do Brasil no segundo semestre do ano passado não surtiu efeito porque muito produtores não dispunham de 20% do montante da dívida para pagamento à vista.

As condições da nova renegociação, anunciadas na semana passada pela diretoria de Reestruturação de Ativos Operacionais do Banco do Brasil, os agricultores darão entrada de 10% do valor da dívida, que pode ser flexibilizado para pagamento após a comercialização da safra. O prazo do alongamento é de 10 anos, sendo que 40% do valor deve ser liquidado em até cinco anos. O encargo será de 0,5% ao mês, mais o Índice de Reajuste da Poupança (IRP), o que resulta numa taxa de 12% ao ano.

O dirigente da Famato elogia o fato de o Banco do Brasil ter retirado da renegociação a cobrança de multas e juros de inadimplência. Segundo ele, a medida vai incentivar os agricultores a procurar a renegociação, pois, sem acesso a novos créditos, muitos estão plantando com recursos próprios ou financiamentos das tradings. Quem não consegue fundos para realizar o plantio é obrigado a arrendar suas terras.