O estudo foi elaborado pela área de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, que levou em conta dados do Tesouro Nacional. Em 2008, a Fazenda tinha mais de R$ 5 bilhões a serem aplicados na agricultura, mas gastou apenas R$ 2,2 bilhões.
Os recursos são para fazer a equalização das taxas de juros. Isso significa que, como os juros bancários para empréstimo são bem maiores do que a taxa de 6,75% ao ano aplicada na agricultura, o governo paga essa diferença a fim de que os produtores consigam acessar os financiamentos.
Para o autor do estudo inédito, o endividamento agrícola pode ter motivado o Ministério da Fazenda a fechar o cofre.
? Acredito que isso se deva a um esgotamento da capacidade de tomar recursos dos agricultores. Em função disso, todos os recursos que poderiam ter sido usados para a equalização, não foram ? diz José Garcia Gasques, coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura.
Os recursos para equalização de empréstimos direcionados à reforma agrária também caíram. O crédito para instalação de assentamentos rurais reduziu 4% em comparação com 2007. E o destinado ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) teve redução de 42% no mesmo período.
Ao todo, a diferença entre a equalização realizada pelo governo em 2007, comparada ao ano passado, chega a R$ 1,3 bilhão. Isso ocorreu no momento em que os agricultores mais precisaram do suporte do governo, pois a crise financeira provocou a diminuição dos financiamentos por parte das empresas fornecedoras de insumo.
No entanto, Gasques acredita que a liberação de recursos pelo Ministério da Fazenda será maior neste ano.
? Para garantir a renda na agricultura o governo terá que fazer vários tipos de intervenção. É uma situação que vai levar a gastos maiores do que no ano passado.