Fazendas são multadas em R$ 155 milhões por irregularidades no Pará

Operação do Ibama encontrou problema em mais de 72 mil hectares de terras que estavam embargadas ou foram desmatadasA operação Harpia, realizada entre os dias 17 e 31 de janeiro pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), encontrou mais de 72 mil hectares de áreas ilegalmente desmatadas e embargadas no sul e sudeste do Pará. Essa extensão de terra, junta, equivale a mais de duas vezes o tamanho da cidade de Fortaleza, no Ceará.

Segundo os fiscais da Gerência Executiva do órgão em Marabá, poucas propriedades respeitaram a sanção de desmatamento, sem permitir a recuperação do meio ambiente degradado. Na ação, nove fazendas acabaram multadas em cerca de R$ 155 milhões tanto por descumprir o embargo quanto impedir a regeneração da floresta. As terras com problemas estavam nos municípios de São Félix do Xingu, Santana do Araguaia, Cumaru do Norte, Santa Maria das Barreiras e Bannach.

? Se a proibição de uso tivesse sido cumprida, já haveria uma mata crescendo nestas áreas. Ao invés disso, encontramos pastagens, com rebanhos associados. A continuação da atividade pecuária impediu a regeneração natural da floresta ? explica o coordenador da operação, Diego Guimarães, da Divisão de Fiscalização do Ibama em Marabá. Todos os fazendeiros autuados foram notificados para retirar em até 30 dias o gado das áreas embargadas.

A operação Harpia é uma das maiores investidas do Ibama contra a quebra dos embargos aplicados às áreas ilegalmente desmatadas no Pará. Ela aconteceu simultaneamente nas regiões de Marabá, no sul e sudeste, e em Santarém, no oeste do Estado.

? O Ibama está preparando o terreno para futuras ações de fiscalização nos moldes da operação Boi Pirata I e II. Quem insistir em criar gado em terras desmatadas e embargadas, vai ter os animais apreendidos. A pecuária ilegal é um dos grandes responsáveis pelo desmatamento da floresta amazônica e será combatida ? afirmou o chefe da Divisão de Fiscalização do instituto no Pará, Paulo Maués.

Neste ano, 90 operações de médio e grande porte estão prevista para ocorrer no Pará.