Minimizar o impacto econômico que o plano terá sobre esse setor, já muito debilitado pela crise financeira, era a única forma de conseguir a unanimidade entre os 27 países europeus, já que Alemanha, Itália e Polônia ameaçavam vetar o acordo.
O pacote elaborado pela Comissão Européia (órgão executivo do bloco) determina que, até 2020, a União Européia deve reduzir em 20% as emissões de gases poluentes e o consumo de energia, além de aumentar também para 20% a participação de energias renováveis no consumo total.
Uma das medidas centrais do pacote é a inclusão de todos os setores industriais no esquema europeu de comércio de emissões, o que os obrigaria a comprar os direitos para emitir gases que intensificam o efeito estufa em leilões organizados pelo bloco. Atualmente, 90% desses direitos são concedidos gratuitamente.
O texto aprovado determina que a indústria européia, de forma geral, terá que pagar pelos 20% dos direitos de emissão a partir de 2013 e por 70% a partir de 2020. No setor energético, os produtores só começarão a pagar pela totalidade dos direitos em 2020, uma concessão feita à Polônia, onde 95% da energia produzida localmente tem como fonte o carvão.
? Cobrar por 100% dos direitos já em 2013 causaria um aumento entre 2% e 3% no preço da eletricidade para os poloneses. Isso não é possível. Não é socialmente aceitável ? disse o presidente da União Européia, o francês Nicolas Sarkozy, em entrevista coletiva ao final da cúpula realizada em Bruxelas.
Mas o argumento não convence as organizações ambientalistas, que acusam a União Européia de “recompensar os maiores poluidores, em vez de fazê-los pagar pelo dano que estão causando”.
? Subsidiar os maiores poluidores é imoral e contra produtivo ? disse Sanjeev Kumar, coordenador da área na WWF (ONG interncional de defesa do meio ambiente).
Apesar dessas mudanças, os líderes europeus classificaram o pacote de “histórico” e disseram que a decisão confirma a liderança européia no combate às mudanças climáticas.
? Nenhum outro país do mundo impôs regras tão rígidas. A Europa pode dizer: “Nós já fizemos. Agora façam vocês” ? afirmou Sarkozy.
O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, pediu que os outros países sigam o exemplo da União Européia, em especial os Estados Unidos.
? Nossa mensagem para nossos parceiros é: “Sim, vocês podem” ? disse, em alusão ao lema de campanha do presidente eleito norte-americano, Barack Obama