Fecoagro aponta alta de 20% nos insumos até o mês de outubro

Previsão é de rentabilidade menor para a soja e um quadro mais favorável ao milhoOs insumos tiveram uma elevação de 20% nos primeiros dez meses do ano. É o que aponta o estudo anual da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro). Os números sobre custos de produção e a perspectiva para a safra 2011/2012 foram apresentados nesta quinta, dia 17, em Porto Alegre.

De acordo com a Fecoagro, a previsão é de rentabilidade menor para a soja e um quadro mais favorável ao milho.

? No caso do milho em função realmente dos melhores preços em relação ao mesmo período do ano passado. Isso não significa que este preço seja praticado lá na boca da safra, ou seja, essa elevação do preço do milho garantiu uma perspectiva melhor que a soja, inclusive, em relação ao mesmo período do ano passado. A soja tem uma rentabilidade da ordem de 26,8%, o milho é da ordem de 30% que é o diferencial maior e do trigo ainda tem uma rentabilidade negativa de 27. Ano passado era 33 negativo, mas porém, tem uma compensação em termos de produtividade que cada unidade de produção tem seu custo diferenciado, tem sua rentabilidade também diferenciada ? relata o responsável técnico Fecoagro RS, Tarcísio Minetto.

No entanto os produtores de milho devem estar atentos a alta produção de países concorrentes, como Rússia e países do Mar Negro. Outro fator preocupante é o clima, por isso, a orientação é antecipar a comercialização.

? Nos preços de mercado futuro, o que puder fazer pra garantir no mínimo um percentual de sua estimativa de produção, isso dá garantia de saldar os débitos de custeio pelo menos aquela parte que foi financiada. Acho que isso é prudente, nós não temos ainda uma tradição muito eficaz em relação a esse tipo de contrato futuro, por exemplo, como tem o Centro-Oeste. Na bolsa BMF, a quantia de contratos de milho é muito superior e é um volume bastante significativo ? ressalta o presidente Fecoagro RS, Rui Polidoro Pinto.

Na reta final de colheita, o trigo continua com o mesmo cenário das ultimas safras. A diferença entre custo de produção e preço de mercado segue negativa. Segundo a apuração, o custo de produção da saca de 60 quilos, ficou em R$ 34,38. Foram consideradas, 43 sacas por hectare e o preço ficou em R$ 25,00.

? Nós estamos exatamente encerrando uma safra recorde muito boa pro Rio grande do Sul. Nos nossos dados devemos colher ao redor de 2,3 milhões a 2,5 milhões de toneladas. Um produto de excelente qualidade, estamos fazendo algumas análises até pra levar pra mostrar na nossa próxima reunião de câmara, dia 23. Precisamos aumentar o volume de leilões colocados, porque isso vai garantir uma retirada. Nós precisamos retirar do Estado 1,5 milhão de toneladas de trigo pra outros mercados ? complementa Rui.

Em relação ao setor leiteiro, foi apresentado um trabalho feito em parceria com a Cooperativa Central Gaúcha de Leite (CCGL). Desde 2007 oito mil associados da Fecoagro, estão sendo capacitados pela CCGL. Os dados mostram um avanço na produção e uma mudança de conceitos.

? Nosso trabalho tem demonstrado que se o produtor trabalhar com a pastagem manejando ela como se fosse uma lavoura, com os mesmos princípios de correção de solo e visar a lâmina folhear verde e fizer com que a vaca encha a boca diariamente com isso, ele consegue reduzir a silagem de milho, que é um alimento caro. Passa a usar a silagem comum mais estratégica ? aponta o diretor técnico da CCGL Tecnologia, Wagner Beskow.