Segundo ele, a medida adotada pela área econômica de antecipar a liberação de R$ 5 bilhões de recursos para o financiamento da agricultura, que só deveriam sair em 2009, alivia a situação, mas não resolve totalmente o problema dos produtores, que, em muitos segmentos, vêm tendo prejuízo há vários anos.
Schreiner lembrou que 70% dos recursos utilizados na agricultura vêm do setor privado e apenas de 25% a 30%, de fontes oficiais. Nessa conta estão os R$ 78 bilhões que o governo destinará à safra 2008/2009, dos quais R$ 13 bilhões são para a agricultura familiar e R$ 65 bilhões, para a empresarial. De acordo com o presidente da federação, no Centro-Oeste a situação é crítica, porque há problemas maiores de logística e produção.
Os custos de produção na agricultura aumentaram nos últimos doze meses em mais de 50%, segundo Schreiner. Ele destacou que os fertilizantes, tiveram alta de 100% de um ano para cá, num período em que as commodities (produtos com cotações no mercado mundial) estavam valorizadas.
Hoje, no entanto, há uma degradação dos preços, fazendo que o mercado migre para outros setores, observou o presidente.
? Trata-se de situação de alto risco onde fica em xeque a capacidade de pagamento dos custos da produção.
Schreiner destacou que a safra do próximo ano já havia sido planejada e que os insumos, embora em alta, foram comprados pelos produtores na expectativa de que a situação mundial se equilibre para não haver prejuízos maiores. Ele defendeu que o mercado interno seja plenamente abastecido em 2009 e que haja condições de se exportar o excedente.
Sobre os preços das mercadorias agrícolas, o presidente ponderou que o custo de produção da saca de milho na última safra ficou entre R$ 20 e R$ 21, enquanto o preço do produto está entre R$ 16 e R$ 17. O produtor também perde com a queda das exportações. Segundo ele, só 4 milhões de toneladas foram exportadas, de uma produção entre 10 e 11 milhões de toneladas, uma vez que está sobrando milho no mercado internacional.
Já a soja, de acordo com Schreiner, tem desvalorização de 40% atualmente, o que, para ele, é muito preocupante, considerando que o Brasil é o segundo maior produtor do grão.