Federação de Agricultura de SC pede seguro agrícola para replantio de lavouras de milho

Estiagem causou prejuízos em cinco mil propriedades no EstadoEnquanto o excesso de chuvas produz enchentes no litoral e Vale do Itajaí, em Santa Catarina, a estiagem assola as lavouras do oeste e extremo-oeste do Estado. A situação é mais grave no extremo-oeste, onde as lavouras de milho de cinco mil produtores rurais estão destruídas entre 50% e 100%.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) defende que a única saída para esses produtores é transformar em silagem para o gado o que restou das lavouras, permitindo, assim, o replantio imediato de milho ou de feijão. Para fazer isso e reduzir os prejuízos, de acordo com a Faesc o Banco do Brasil precisa autorizar a aplicação do seguro (Proagro Mais) nessas lavouras.

? Trata-se de uma situação emergencial na qual, para agilizar o processo, o banco deve abrir mão dos laudos emitidos por seus próprios técnicos e aceitar os laudos da Epagri ? explicou o vice-presidente Enori Barbieri.

Nesta quarta, dia 17, representantes da Faesc e da Organização das Cooperativas de Santa Catarina (Ocesc) pediram ao governo estadual que pressione o Ministério do Desenvolvimento Agrário a autorizar o Banco do Brasil a aceitar laudos da Epagri e deferir a aplicação do Proagro em tempo recorde. 

A urgência tem explicação: o replantio da safra de milho ou de feijão pode ser feito somente até janeiro com plena viabilidade de desenvolvimento vegetal. Conforme Barbieri, 10% das lavouras de milho estão perdidos. A produção inicial de quatro milhões de toneladas já está rebaixada a 3,6 milhões, e os produtores terão R$ 120 milhões de prejuízo, grande parte no extremo-oeste.

Conforme a Faesc, a ruína parcial das lavouras de milho obrigará o Estado a voltar a importar dois milhões de toneladas de milho em 2009, aumentando a dependência externa do grão.
 
O secretário de Agricultura de Santa Catarina, Antonio Ceron, assegurou a Barbieri e representantes da Ocesc e da CooperAlfa que chefiará uma missão oficial a Brasília para demonstrar ao governo federal a gravidade da situação nos próximos dias. Ele está encerrando uma visita técnica aos municípios em estado de calamidade pública.