Na avaliação do dirigente, os efeitos da crise econômica já podem ser sentidos na economia real com a restrição de crédito e a queda de preço das commodities agrícolas, mas deverão incidir com maior força no ano que vem, quando a queda na demanda global se fizer mais presente e o desemprego nos Estados Unidos e Europa impactarem de forma mais severa no consumo.
Para Sperotto, a crise atinge a todos, e no caso do campo não será diferente.
? O campo vive uma crise permanente ? enfatizou, observando que a tranqüilidade está no fato de o Brasil ter um governo que se elegeu com programas focados na produção de alimentos, como o Fome Zero e o Bolsa Família.
Para o dirigente da Farsul, no agronegócio o impacto já é traduzido em números. Desde julho, a soja no Rio Grande do Sul caiu 17%, o milho, 27,4% e o boi, 9,4%. Sperotto mostrou preocupação com a escassez de crédito para financiamento, com a alta dos juros e previu uma redução no ritmo de crescimento do PIB Brasil e do Rio Grande do Sul para 2009.
Nas previsões da Farsul, o PIB nacional deverá crescer 1,7% em 2009 contra um crescimento de 5,3% em 2008. Já o PIB do Rio Grande do Sul tende a crescer 2,1% contra 6,4% em 2008.
O cenário de queda no ritmo de crescimento da economia leva em conta cortes na taxa de juros e retomada de parte do crédito. Na opinião de Sperotto, caso o Banco Central não opte por uma política monetária expansionista, o Brasil passar a correr o risco de ser tragado pela recessão mundial.
? Não há espaço para outra medida que não o afrouxamento monetário ? sustentou o dirigente.