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Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul cria sistema para monitorar barreiras argentinas

Objetivo é reunir dados concretos sobre prejuízos e forçar o governo federal a tomar providênciasPreocupados com os efeitos das barreiras protecionistas argentinas na economia do Brasil, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), criou um sistema de monitoramento para coletar informações junto às empresas exportadoras. O objetivo é reunir dados concretos sobre os prejuízos e forçar o governo federal a tomar providências.

De janeiro a setembro de 2011 as exportações gaúchas para a Argentina somaram US$ 1,44 bilhão e as importações chegaram a US$ 2,97 bilhões. Um dos setores mais prejudicados é o de máquinas e implementos.

Dos equipamentos agrícolas brasileiros, 65% são produzidos no Rio Grande do Sul. A proximidade com o país vizinho facilita a troca de peças e pode até baratear o frete. A Argentina é a terceira maior produtora de soja do mundo, por isso, a demanda por máquinas no país é muito grande e o mercado torna-se muito atrativo para as empresas gaúchas. Para não perder a clientela, elas estão partindo para o país.

? Nós já estamos perdendo posição muito forte pra Argentina. Três empresas do Rio Grande do Sul já estão no país. A John Deere está montando uma planta lá, a Agco também vai começar a montar e a Stara comprou uma empresa argentina. O Mercosul não está funcionando como devia, as coisas da Argentina entram no Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul, com muita facilidade. Vinho, leite, carne e todos os derivados de carne que eles produzem entram com muita facilidade e nós não fazemos nada. O Rio Grande do Sul nesse Mercosul é o grande perdedor ? afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Cláudio Affonso Amoretti Bier.

De acordo com Bier, até 2010, 25% das exportações gaúchas, neste segmento, eram destinadas à Argentina. Este ano, o índice baixou para apenas 5%. Em busca de solução para o impasse, ele foi à Brasília.

? Segundo as informações que tive, eles vão tentar endurecer mais com a Argentina, trancar mais a entrada dos produtos no Brasil pra ver se forçam que o acordo do Mercosul venha valer de verdade. Venha a ter resultado que ele deveria ter desde o início ? conta.

Em maio deste ano, a Fiergs criou uma estratégia para enfrentar a barreira argentina. Um sistema de monitoramento foi criado, e 789 empresas gaúchas foram catalogadas para rastrear a situação das exportações.

? Das empresas gaúchas que exportam, 73% nós monitoramos diariamente e passamos informações para que o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior tenha todos os dados para a qualquer momento poder interferir junto às autoridades argentinas ? relata o presidente da Fiergs, Heitor José Muller.

Até agora, as barreiras causaram um prejuízo de US$ 1,8 bilhão. Produtos como móveis, maquinários e calçados foram enquadrados no perfil de licenças não automáticas, o mesmo de materiais bélicos e medicamentos, que demandam mais atenção e tempo para serem liberados. A expectativa era de que depois das eleições, as restrições fossem reduzidas.

? Mas não foi isso que aconteceu. Hoje nós interpretamos diferente, o que durante todo esse tempo que houve, e ainda está havendo, essa retenção. Empresas estão decidindo se instalar na Argentina, produzir não só no Brasil, mas produzir lá e o governo argentino deve ter se dado conta e continuou pressionando para que mais empresas se estabeleçam ? ressalta o presidente da Fiergs.

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