São Paulo se transformou na vitrine da pecuária brasileira e no primeiro dia de evento, a genética já atraiu a atenção internacional. O pecuarista colombiano Roberto Valenzuela importa sêmen e embriões de nelore e está visitando a Feicorte pela primeira vez. Segundo ele, é importante estreitar relações comerciais com o país e trocar experiências na área de genética.
Entre as 18 raças bovinas em exposição, está a wagyu, animal diferenciado pela qualidade da carne e, por isso, muito usado na alta gastronomia. Um quilo desta peça nobre chega a valer R$ 160. O médico veterinário Adriano Nadai diz que os criadores estão investindo no cruzamento da raça com outras com o objetivo de potencializar o animal.
? Quem experimenta a carne do wagyu com certeza vai se lembrar dele não só pelo animal, mas pela maciez, pela textura e suculência que a gente consegue ver incrementada.
Numa feira como esta, todas as atenções estão voltadas para a pista de julgamento, onde a intenção é mostrar o melhoramento genético do animal. O que dá mais orgulho aos criadores é o reconhecimento deste trabalho. A criadora Alice Maria Ferreira sentiu este gosto nesta terça, ao receber o melhor prêmio pelo seu animal:
? Chegar assim numa feira e já receber uma campeã é muito bom.
Gilmar Miranda é juiz de pista pela quinta vez na Feicorte. Segundo ele, fica cada vez mais difícil julgar, pois a qualidade melhora muito com o passar dos anos.
?A gente sempre espera que a geração mais nova supere a anterior e, no nelore, tem acontecido isso. Na Feicorte de uma maneira geral, nos cinco anos que eu julgo, a gente vê tanto a evolução da feira, quanto os animais em exposição.
Os 15 anos de experiência são transmitidos para a auxiliar de juiz, Priscila de Barros. Estreante nas pistas da Feicorte, a jovem zootecnista começou bem, participando do julgamento do nelore, raça que é a base do plantel nacional e tem o maior número de exemplares para serem avaliados.
? Acho que o mais importante é a gente aprender sobre a linha de pensamento que eles (juízes) têm. Principalmente o que eles observam nos animais, o que penaliza mais, o que penaliza menos. Porque cada animal tem suas qualidades e defeitos.
O pecuarista também tem a oportunidade de conhecer um pouco mais de mercado. E mais uma vez, a BM&Ff Bovespa participa da feira. Segundo o corretor Sílvio Alface Neto, a cada edição do evento, mais pecuaristas utilizam o instrumento de proteção.
? A gente tem resultados também. Tem clientes novos. A cada feira que a gente traz, tem divulgado este mercado futuro. Então, é muito válido a participação nessas feiras.
Se depender da organização, mesmo em tempos de crise, a Feira supera a edição de 2008. No pavilhão, todo o espaço foi ocupado. Estandes que até chamam a atenção pela montagem criativa.
? E a gente tem uma perspectiva de alguns muitos milhões de reais em negócios acontecendo aqui durante esses próximos cinco dias ? afirma o organizador do evento, Décio Ribeiro dos Santos.