? Para o feijão carioca tivemos uma leve desvalorização por conta da demanda, que não tem apresentado reação na ponta compradora da cadeia. Já o extra conseguiu uma valorização que há muito não ocorria no mercado atacadista de São Paulo, algo que os vendedores estavam tentando há meses ? apontou o analista de Safras & Mercado, Renan Gomes.
Do ponto de vista dos produtores, os preços, em geral, ficaram praticamente estáveis, sentindo muito pouco as alterações dessa semana, o que deverá ocorrer na próxima, mas de forma mais amena.
Nas regiões produtoras do Paraná, a saca de 60 quilos de feijão carioca é comercializada em média a R$ 97,32 ou 3,41% a mais que os R$ 94,11 da semana anterior. Em um mês, a alta já é de R$ 9,88% no Estado, pois o produto valia R$ 88,57 em agosto, mas em um ano, quando a saca valia R$ 153,73 na região, a queda é de 36,7%. Em São Paulo, principal referencial para os preços do feijão no Brasil, os produtores estão recebendo R$ 98,50, em média, pelo produto ou 0,51% a menos do que na semana passada, quando o valor era de R$ 99. Em um mês, a queda é de 2,48% para uma saca com valor médio de R$ 101 e, em comparação com 2010, quando valia R$ 139,80, o recuo é importante, de aproximadamente 30%.
No Rio Grande do Sul, o valor pago aos produtores pelo feijão preto é R$ 68,10, em média. Sendo assim, a alta semanal foi de 1,19%, pois a mercadoria era negociada a R$ 67,30. No mesmo período do mês passado, o valor da saca era de R$ 68,30, ou seja, os preços recuaram 1,46%, enquanto em relação a 2010, com a saca comercializada por R$ 71,25 no ano passado, o recuo em um ano é de 5,54%. Em Santa Catarina, o valor pago também ficou estável na semana e no mês, cotado a R$ 67,50.
Em 2010, os produtores vendiam a saca por R$ 76,57, ou seja, estão recebendo 11,85% a menos pelo produto neste ano.
Na Bolsinha, em São Paulo, os preços do feijão carioca recuaram em média R$ 5,00 por saca e o feijão comercial nota 7 voltou a ser cotado.
? Logo nos primeiros dois dias, o mercado ficou moroso e com poucas vendas concretizadas. Apesar da pouca quantidade ofertada, a fraca demanda tem afetado negativamente os preços de todos os tipos de carioca cotados ? segundo o analista.
A saca de 60 quilos do carioca extra nota 9,5 é cotada a R$ 115. No último dia da semana anterior, o extra era vendido a R$ 120 a saca, assim, o recuo foi de 4,17%. Em comparação com o mesmo período do mês passado, quando a saca valia R$ 125, a retração foi de 8%, porém, em um ano, a queda é de 43%, pois a saca valia R$ 202,50, e estava muito valorizada.
O especial nota 8,5 é cotado na abertura a R$ 113, com mínima de R$ 110,00 e máxima de R$ 113,00, média de R$ 111,50. Na semana passada, o valor era de R$ 114a saca, ou seja, o recuo foi de 2,19%. No comparativo com agosto, a variação é de -5,11%, quando a mesma era negociada a R$ 117,50, enquanto em relação a 2010 o recuo é de significativos 42% para uma saca que tinha o valor de R$ 192,50. O comercial nota 8 é cotado na abertura a R$
110 e tem mínima de R$ 100 e máxima de R$ 105,00, média de R$ 102,50. Assim, terminou a semana com uma desvalorização de 4,65% para uma saca que valia R$ 107,50 sete dias atrás. Em um mês, o recuo é de 8,89%, pois o seu
valor em agosto era de R$ 112,50. Já em relação ao ano passado, a queda também é de aproximadamente 45%, pois a saca valia R$ 187,50 em 2010.
O comercial nota 7, que voltou a ter o preço cotado, é negociado a R$ 105 na abertura, com mínima de R$ 90 e máxima de R$ 95, média ficando R$ 92,50, não havendo mudança com relação a última cotação da semana passada. Em um mês, os preços também seguem estáveis, porém, no ano passado, o valor da saca era R$ 185, bem acima do preço atual. O comercial seminovo está há mais um mês sem cotação na Bolsinha, contudo, a sua última cotação era de R$ 62,50 para a saca de 60 quilos.
No mercado atacadista, em São Paulo, o mercado de feijão preto terminou a semana com uma boa apreciação. Os preços que tinham recuado até o patamar dos R$ 80 por saca em meados de agosto permaneceram nesta faixa até essa semana, quando a valorização esperada pelos corretores ocorreu.
? Isso se deve principalmente a alta repentina do dólar, pois a maior parte do produto ofertado é do exterior ? explicou Gomes.
Outro fator é a diminuição das importações de feijão da China. Com isso, a saca de 60 quilos de preto extra é cotada na abertura a R$ 95, com mínima de R$ 90 e máxima de R$ 95, média de R$ 92,50. Comparando com a última cotação da semana passada, quando a mesma valia R$ 82,50, observamos uma apreciação de 12,12%. Já em relação a agosto, quando a saca era negociada a R$ 80, a alta é de 15,6%. Porém, desde 2010 até agora, a queda é 26% para uma saca que valia R$ 125. O especial é cotado na abertura a R$ 85 e tem mínima de R$ 75 e máxima de R$ 80, valendo em média R$ 77,50. Na semana passada, o tipo era cotado a R$ 72,50 em média, ou seja, nesse período, teve alta de 6,9%. No mês a elevação é semelhante a registrada na semana, pois os preços vinham se movimentando lateralmente, mas em um ano a queda é de aproximadamente 31%, quando a saca tinha o valor de R$ 112,50.