O grão é semelhante às variedades mais comuns, mas em vez de pés rasteiros, brota de vagens de arbustos maiores. A fazenda de Patrick Assumpção, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, tem mais de 103 anos. O produtor, aos 80 anos, vê o feijão, que até pouco tempo não recebia atenção, ganhar destaque entre o que é produzido na propriedade.
O guandu também agrega valor social. Ele é produzido no sistema agroflorestal, que mistura plantas de ciclo curto com árvores lenhosas. O sistema revitaliza e mantém a fertilidade do solo, além de contribuir para a geração de renda, já que a rotação de culturas permite a ocupação de mão-de-obra durante todo o ano. O processo de debulho também é especial, feito manualmente. Depois de separados e selecionados, os grãos são comercializados.
O trabalho realizado na fazenda de Patrick Assumpção rende um alimento de alta qualidade, livre de produtos químicos, que vai para a mesa de exigentes consumidores de Pindamonhangaba. A venda é feita por uma empresa que reúne produtores e chefes de cozinha, que criaram uma marca para reunir produtos especiais que resgatam ingredientes esquecidos da culinária brasileira. Já foram mais de 10 produtos relançados.
O primeiro lote fabricado foi um sucesso e agora já começa a ser distribuído em redes maiores de varejo. Junto com o feijão, vende-se o conceito de preservação, não só do meio ambiente, mas da memória cultural.