Um problema muito comum entre os produtores de feijão-carioca no Brasil após a colheita, é que, em pouco tempo, o grão escurece e acaba perdendo valor no mercado. De olho nisso, a Embrapa acaba de lançar uma nova variedade do grão, que mesmo após um ano estocado mantém a coloração exigida pelos compradores.
A cultivar de feijão BRSMG madrepérola destaca-se principalmente pela qualidade dos grãos, que mantêm a coloração (mais clara) por maior período de tempo em relação às cultivares de grãos tipo carioca existentes no mercado. “Esse é um material muito interessante pelo escurecimento lento. O produtor pode até pegar chuva na colheita que o grão não escurece.Mesmo um ano depois, o material consegue manter a cor. É uma planta muito interessante, prostrada, sensível, mas com potencial produtivo incrível”, comenta Pedro Sarmento, analista de transferência de tecnologia da Embrapa arroz e feijão.
As plantas da cultivar BRSMG madrepérola são de porte prostrado, hábito de crescimento indeterminado, tipo III, com baixa tolerância ao acamamento. A cultivar apresenta ciclo mais curto que o da cultivar Pérola e semelhante ao da cultivar BRSMG Talismã, que foram as cultivares utilizadas como base para sua criação (testemunhas).
Na safra de inverno o ciclo, da emergência à maturação fisiológica, se completa em torno de 88 dias e nas safras das águas e seca, aproximadamente aos 83 dias, podem ser consideradas como semi-precoce. Além do mais, apresenta alto potencial produtivo e bom nível de resistência às principais doenças que ocorrem na região. Apresenta resistência ao vírus do mosaico comum e a várias raças de antracnose.
“Ela vai nos ajudar muito, porque quando a colhemos feijão, temos a pressão do tempo. Precisamos vender em 15 dias porque o grão já começa a mudar de cor”, afirma o produtor Martinho Minetto, que tem propriedade em Cristalina (GO). “Teremos um espaço maior para poder negociar e aproveitar a melhor oportunidade para fazer a venda.”