Produtores de feijão da região central do Brasil devem ser beneficiados por problemas enfrentados no principal estado produtor do grão, o Paraná. Os agricultores paranaenses devem colher mais de 340 mil toneladas de feijão, mas com qualidade reduzida pelo excesso de chuvas. Isso pode valorizar o preço no Distrito Federal e áreas próximas.
O preço pago pela saca de feijão está variando entre R$ 130 e R$ 150. O consultor Helio Dal Bello avalia que, no Centro-Oeste, a tendência é de valorização por causa da falta de produto com maior qualidade, com boas perspectivas para o agricultor.
“Mesmo que a produtividade não seja lá muito do que ele planejou, há uma esperança de que esse feijão venha a ser vendido, como em outros anos, por até R$ 200 a saca de 60 kg”, afirma.
Se não chover na hora da colheita, a qualidade do grão obtido no Distrito Federal será alta, de acordo com o gerente da Emater local Marconi Borges. Ele concorda que o preço pago deve ser mais alto, pois o número de produtores que aposta na cultura também caiu em anos recentes.
Minas Gerais
Segundo maior estado produtor, Minas Gerais deve colher cerca de 180 mil toneladas, de acordo com a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A falta de chuvas atrasou o plantio da primeira safra de feijão na propriedade de Adalberto Luis Gatto, em Unaí (MG), há poucas horas do Distrito Federal.
Gatto está semeando 800 hectares, e preocupa-se com a irregularidade do clima. “Em algumas partes da fazenda, choveu 80 mm; em outras, não chegou a 30 mm”, diz ele.
Ele acredita que, se o mercado estiver desabastecido por causa dos problemas no Paraná, haverá bons preços. A expectativa é a de colher 35 sacos por hectare.