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Feijão: governo autoriza importação para forçar redução de preço

Além da medida anunciada pelo presidente interino, o Ministério da Agricultura vai propor a redes de supermercados que busquem produto em regiões onde a oferta é maior

Fonte: Reprodução/Canal Rural

Michel Temer, presidente interino, esteve reunido com ministros de diversas pastas na manhã desta quarta, dia 22, entre eles, Blairo Maggi, ministro da Agricultura, para ajustar os detalhes e anunciar a liberação da importação de feijão de alguns países, medida para reduzir o preço do alimento que bateu recordes nas últimas semanas, devido à escassez de oferta.

A medida valerá para o feijão com origem na Argentina, no Paraguai e na Bolívia. De acordo com o ministro Blairo Maggi, está em estudo a possibilidade de importar o produto também do México e da China, segundo informações divulgadas pelo Portal do Planalto.

Maggi disse ainda que pretende propor às grandes redes de supermercado que busquem comprar o produto nas regiões onde a oferta é maior. “Pessoalmente, tenho me envolvido nas negociações com os cerealistas, com os grandes supermercados, para que eles possam fugir do tradicional que se faz no Brasil, e ir diretamente à fonte onde tem esse produto e trazer. E, à medida que o produto vai chegando ao Brasil, nós temos certeza de que o preço cederá na medida em que o mercado for abastecido”, disse o ministro.

Repercussão

O setor produtivo recebeu com cautela a notícia da liberação de importação de feijão de outros países. Para o presidente da Câmara Setorial do Feijão e diretor da Associação das Empresas Cerealistas (Acebra), Roberto Queiroga, é preciso haver um prazo definido para a compra do grão, para que a medida solucione a crise de abastecimento e reduza o preço ao consumidor, mas não gere instabilidade no campo e perda de rentabilidade para o produtor. De acordo com ele, a data final deve ser no início da colheita da terceira safra, em meados de agosto e setembro.

“Hoje tem uma situação de desabastecimento, é uma necessidade da sociedade brasileira e até para o próprio produtor não é interessante, pois cria uma expectativa complicada para o futuro. A cadeia não vê a medida como ameaça aos preços ou interrupção de ganhos, mas espera que tenha prazo definido para dar normalização na questão de abastecimento, não de preço. Até a consolidação da safrinha, da terceira safra, seria o prazo ideal. Não vemos que vai refletir em depreciação muito grande nos preços pagos ao produtor, pode ter acomodação no curto prazo, mas os preços vão continuar atrativos”, avaliou Queiroga.

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