Após um período de queda nos preços, analistas projetam uma recuperação no valor do feijão carioca a partir de julho. Segundo a consultoria Unifeijão, a estimativa é de quebra de produção na segunda safra, fato que pode impulsionar uma alta.
“Nós temos pelo menos 29% a 39% da safra colhida no Paraná, sendo que ainda falta entre 40% e 50% para ser colhido nos próximos quinze a vinte dias. Essa pressão sobre os preços deve continuar. No entanto, conforme os trabalhos de campo avançam, ao mesmo tempo aparecem os números de quebra e é aí que a situação pode começar a se inverter”, explica a analista de mercado, Sandra Hetzel.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a segunda safra brasileira de feijão deve somar 1,3 milhão de toneladas, alta de 10% em relação à temporada anterior. Porém, o mercado duvida do volume previsto pela entidade, principalmente porque no Paraná, que é o principal produtor da cultura no país, a produção do feijão deve ter quebra de até 30% por falta de umidade e da chegada do frio.
Além do Paraná, o clima também prejudicou o desenvolvimento da safra em regiões do interior de São Paulo. Em Sorocaba, o produtor rural Acir Fernandes plantou quase o dobro da área semeada na safra passada, mas o desempenho da lavoura não atendeu a expectativa.
“No começo do plantio o tempo estava ótimo, depois veio uma estiagem e prejudicou a safra. Então, nós tivemos que usar a irrigação, que também vai aumentando o custo. Se eu não molhasse a produção, eu não iria conseguir nada da safra”, explica.