Não chove há mais de dez dias na região. O produtor Fábulo Isoton diz estar preocupado com o prejuízo na primeira safra do ano. Ele plantou 100 hectares do grão e a última chuva que caiu na lavoura foi há mais de 15 dias.
– Acho que vamos perder de 15% a 20% na produtividade em relação a enchimento e peso de grão. A estiagem e a alta temperatura estão ocasionando essa perda no final do ciclo de feijão. Por sorte, o nosso feijão já estava no final, mas quem tem feijão mais novo vai ter um prejuízo bem maior do que isso – diz o produtor.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (INMET) esse veranico no Distrito Federal não é tão raro, e ocorre uma vez a cada dois anos, mas não costuma durar mais do que 10 dias. A seca do momento não afeta apenas os arredores da capital federal, mas atinge também o leste de Goiás, o norte de Minas Gerais, o sul da Bahia e os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Segundo o INMET, deve chover a partir dos próximos dias.
– Devem ocorrer pancadas de chuva a partir do dia 20 depois vai graduando para mais dias de chuva. Depois vai ocorrer com espaçamento de dias, mas com frequência mais constante – explica o meteorologista, Hamilton Carvalho.
As chuvas que chegam ao fim do mês devem coincidir com o período de colheita da safra de feijão na capital federal.
O engenheiro agrônomo Geraldo Baracuhy explica que a umidade neste momento é um fator que prejudica a qualidade do grão.
– Chover no momento da colheita atrapalha um pouco, pois prejudica as máquinas em fazerem a colheita. Com a umidade o grão do feijão fica acima do normal, então a perda pode também ser em decorrência da umidade superior a técnica recomendada pelo feijão – conclui.