Feijão

Tecnologia ajuda a manter ritmo das exportações de feijão-caupi

Em 2022, o Brasil exportou 46.353 toneladas de feijão-caupi, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

Em 2022, o Brasil exportou 46.353 toneladas de feijão-caupi (feijão-de-corda), segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Esses números representam 34,07% das exportações de feijão do Brasil.

Estados Unidos, Afeganistão, Paquistão, Canadá e China foram os países que mais compraram o produto brasileiro, segundo o MDIC.

De acordo com as informações da Embrapa, o faturamento brasileiro com essas exportações alcançou US$ 30,2 milhões.

No ano passado, segundo o Instituto Brasileiro Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), 629,3 mil toneladas de feijão-caupi (Vigna unguiculata).

Bahia, Ceará, Tocantins, Piauí e Mato Grosso foram os maiores produtores na safra 21/22.

No centro do sucesso desses números está o trabalho de pesquisa e transferência de tecnologias da Embrapa, que completará 50 anos no próximo dia 26.

As cultivares de feijão-caupi mais exportadas nos últimos 10 anos, segundo o pesquisador Maurisrael Rocha, continuam sendo a BRS Tumucumaque, BRS Novaera e a BRS Guariba, desenvolvidas pela Embrapa Meio-Norte, que é a unidade que coordena o Programa Nacional de Melhoramento Genético dos Feijões Caupi e Mungo.

Ao longo das últimas cinco décadas, foram desenvolvidas dezenas de cultivares de feijão-caupi, que hoje são plantadas em praticamente todo o Brasil, com destaque para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Estão a caminho do mercado consumidor brasileiro e, no futuro do internacional, mais quatro cultivares de feijão-de-corda (caupi) e uma de feijão mungo.

“Todas têm excelentes performances e, em breve, estarão à disposição dos consumidores”, diz Rocha, um dos coordenadores do Programa Nacional de Melhoramento Genético.

feijão-caupi
Foto: Aline Melo/Embrapa

O desbravamento dos cerrados nordestinos

Criada a partir da estrutura física da Estação Experimental “Apolônio Sales”, do Instituto de Pesquisa e Experimental Agropecuária do Nordeste (Ipean), em Teresina, a Embrapa Meio-Norte nasceu, em agosto de 1975, da necessidade do estado em desenvolver o setor agropecuário, principalmente “o sistema agrícola familiar, visando as culturas de feijão-de-corda (feijão-caupi), milho, sorgo granífero, arroz de terras alta e baixa, mandioca e algodão mocó”, lembram os pesquisadores Milton Cardoso e Valdenir Queiroz, um dos pioneiros na Estação Experimental de Teresina (Uepae).

Eles destacam também que o estado precisava desenvolver o setor de fruticultura e avançar na pecuária de pequenos animais, como caprinos e ovinos, e com bovinos.

“Naquela época, na área de fruticultura, o produto mais pesquisado era o cajueiro”, diz Cardoso. “Em seguida, começaram as pesquisas com soja, algodão herbáceo e outras culturas alternativas, como gergelim e girassol”, complementa. Foi o começo da exploração das áreas de cerrados do Piauí e do Maranhão, planas ou suavemente onduladas, que favorecem a mecanização agrícola.