A feira reuniu máquinas grandes, pequenas e incríveis, para todos os gostos e bolsos. A Agritechnica costuma trazer o que o mundo ainda não conhece e o que pouca gente acreditava que fosse virar realidade. Este ano, entre os projetos premiados por tecnologia e inovação, esteve o de um trator que nem precisa de motorista. Ele é comandado de longe, por rádio, pelo motorista de uma máquina que vai à frente.
O conjunto de novidades foi acompanhado de perto pelos integrantes da missão brasileira que divulgou a Expodireto Cotrijal, que acontece em Não-Me-Toque (RS), na Alemanha.
Segundo o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Cláudio Pereira, com a tecnologia o agricultor produz mais, perde menos e reduz os custos.
– Isto cada vez mais é importante e essencial, principalmente na agricultura em que as margens de lucro, as margens dos produtores são muito estreitas. Então, qualquer coisa que o produtor puder economizar e racionalizar, pra ele é lucro – afirma.
A colhedora de uva impressionou o público do evento, por ser do tamanho de uma colheitadeira de soja. A mesma empresa trouxe sua maior aposta para uma agricultura sustentável: o segundo protótipo de um trator, movido a hidrogênio. Se fosse fabricado hoje, ele custaria um milhão de euros. Fora da fase de testes, foram apresentadas dezenas de novas máquinas.
De acordo com o gerente de Marketing de Produto, Eduardo de Freitas Luis, atualmente a maioria dos tratores está vindo com a parte de agricultura de precisão.
O Brasil já participou de três edições da Agritechnica. Este ano, nove empresas trouxeram estandes para a feira. E o espaço dedicado a elas foi mais de 500 metros quadrados, ou seja, aumentou em mais de 100%.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas (Abimaq), houve uma mudança na mentalidade dos empresários brasileiros que começaram a investir mais na exposição dos produtos no Exterior.
O consultor de Comércio Exterior da Abimaq, Marco Antônio Carlotti, afirmou que para estar em uma feira deste porte, o empresário tem que estar com seu equipamento, mostrando a qualidade do seu produto e trazendo a credibilidade do Brasil como produtor de máquinas.
A Implementos Agrícolas Jan, de Não-Me-Toque, comercializa carretas graneleiras para países como Alemanha e Portugal, há dez anos. Os negócios aumentaram em 50% após a participação na Agritechnica de 2009.
Para o diretor da empresa Implementos Agrícolas Jan, Jerri Rietjens, crescer na Europa não é uma tarefa fácil.
– É bastante difícil, até porque há um protecionismo na Alemanha pela comunidade europeia. Há exigências de alguns itens de segurança, coisas que não são normais para o nosso uso no Brasil, em virtude que na Alemanha eles utilizam muito o equipamento nas rodovias também.
A saída é produzir máquinas específicas para o mercado europeu, como faz a Semeato, de Passo Fundo (RS).
O empresário Marcelo Rossato conta que a Semeato lançou este ano na feira três modelos novos de produtos, já adequados para o mercado Alemão e Francês, com algumas novidades na parte de distribuição de sementes, de especificações que são consideradas ideais neste mercado.
>> Canal Rural apresenta série de reportagens sobre missão brasileira na Alemanha