Um dos quatro maiores polos calçadistas do país, a região de São João Batista abriga em torno de 150 indústrias. A rodada de negócios reuniu 90 expositores, que apresentaram os lançamentos de primavera-verão a 358 compradores convidados, 10 deles exportadores.
? Na última feira de verão, em maio de 2009, vendemos cerca de 500 mil pares. Para este ano, a expectativa é de alcançar pelo menos 800 mil pares ? diz Rosenildo de Amorim, diretor-executivo da feira.
A projeção considera o reaquecimento da economia brasileira. Outro fator importante é a mudança no perfil dos calçados produzidos na região, mais conectados às tendências fashionistas mundiais. A fabricação chinesa, ao contrário, aposta na larga escala, com modelos sem muitos atributos inspirados nas marés da moda.
Agregando design de primeira e matéria-prima de qualidade, os calçados de São João Batista têm se destacado no mercado.
? Oito indústrias fecharam as portas em função da crise, mas estamos retomando a economia da região. Acredito que a crise depurou os empresários, que estão mudando a cara do produto ? afirma Almir Manoel Atanazio dos Santos, presidente do Sindicato das Indústrias de Calçado de São João Batista.
Um exemplo é a Século XXX, que produz cerca de 300 mil pares por semestre para etiquetas como a Art’s Brasil e a Iódice Denim. Maiko Zunino, gerente de vendas, prevê um aumento de pelo menos 10% nas vendas em relação à feira do ano passado.
Em busca dos sapatos da Raphaella Booz, indústria também instalada na cidade, que possui cinco lojas próprias e cinco franquias em shoppings catarinenses, além de pontos de venda em todo o país, as compradoras Patricia Santos e Luciana Leonel vieram de Itapetininga, no interior de São Paulo.
? Viemos todos os anos. Encomendados cerca de mil calçados de cada fornecedor ? conta Patricia.