Fenicafé é aberta em Araguari, no Triângulo Mineiro

Evento chega à 19ª edição e vai apresentar lançamentos tecnológicos e tendências da cafeicultura irrigada aos produtoresComeçou nesta terça, dia 18, em Araguari, no Triângulo Mineiro, a 19ª edição da Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura, a Fenicafé. O evento terá três dias e sediará 12 palestras, dois workshops e cinco debates. A feira vai apresentar lançamentos tecnológicos e tendências da cafeicultura irrigada aos produtores. Com um público médio de 20 mil pessoas vindas de mais de 100 cidades brasileiras, a Fenicafé realiza grandes negócios anuais. A abertura oficial aconteceu nesta manhã e reuniu autor

O presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA), Cláudio Morales Garcia, destacou a importância do encontro diante da estiagem que atingiu as lavouras neste verão. 

– Com a seca, o café deu uma reagida de preços o que gerou prejuízo nas lavouras, mas a feira serve para que possamos apontar possíveis soluções aos cafeicultores, através das palestras dos pesquisadores que participam da Fenicafé.

Para o deputado federal e presidente do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro, o atual momento é de precaução, visto que, mesmo apesar da cultura do café ser sempre um bom negócio, ainda falta planejamento na cadeia, principalmente diante do mercado, onde rege a lei da oferta e da procura.

– O Conselho Nacional do Café oferece, semanalmente, este tipo de informação aos cafeicultores para que eles possam se estruturar, produzindo sempre de acordo com o consumo – disse Silas, ressaltando a importância do controle nacional da produção.

– Não é momento de euforia, mesmo apesar de 2011 e 2012 terem sido muito bons para a cultura do café. As plantas que estavam produtivas há dois anos, nesta terceira safra, com alta produtividade, merecem uma atenção especial por parte dos cafeicultores, pois não podemos produzir sem que haja demanda do mercado. Ainda não temos uma perspectiva concreta, mas, nos próximos 30 dias, o Conselho apresentará um cenário mais fundamentado em pesquisas para os produtores.

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Após o lançamento, houve palestra do diretor-executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Robério de Oliveira Silva, que ressaltou a necessidade de implantação de uma política de sustentabilidade na produção agrícola nacional e internacional, incluindo a cultura do café.

– Há a necessidade de mais educação, com bom uso de informações disponíveis na feira e, principalmente, da conscientização dos produtores para a implantação cada vez maior do sistema sustentável de produção em nosso planeta. 

A feira reúne três grandes encontros: Encontro Nacional de Irrigação da Cafeicultura do Cerrado, Feira de Irrigação em Café do Brasil e o Simpósio de Pesquisa em Cafeicultura Irrigada. O encontro é promovida pela prefeitura municipal, pela Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA), pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado e pela Embrapa Café, além de ter apoio do Ministério de Agricultura.

Nutrição para recuperação do cafezal é destaque na feira

O desenvolvimento dos cafezais foi comprometido devido à estiagem e a nutrição adequada pode ajudar a minimizar as perdas, principalmente com uso de fertirrigação.  A estiagem que o Sudeste sofreu neste verão trouxe sérios problemas às lavouras, principalmente aos cafezais. O verão é a época de principal desenvolvimento das plantas, devido ao calor, luminosidade e abundância de chuvas e, uma vez que um desses fatores falha, todo o desenvolvimento é comprometido.

Como o café é uma cultura perene, a estiagem causa dois grandes danos: prejudica a produção deste ano, diminuindo a quantidade e a qualidade do café, e a safra do próximo ano, pois o cafeeiro não tem capacidade de gerar ramos novos.

– Não há como calcular de forma exata, pois ainda não foi feita a colheita, mas a previsão é que a quantidade e a qualidade tenham uma redução entre 15% e 30%, além de que deve diminuir a quantidade da safra do ano que vem também – avalia o especialista em nutrição de café e consultor da Tradecorp, Ricardo Teixeira.

As plantações que estão sem irrigação sofreram até 60 dias com pouquíssima água, o que gerou estresse nas plantas e paralisou seus metabolismos. Segundo técnicos, o que se pode fazer agora, com a volta das chuvas, é oferecer uma nutrição que auxilie a planta a acelerar o metabolismo para que volte a vegetar. Embora essa ação não consiga evitar os estragos causados pela estiagem, pode diminuir o efeito da perda.

– A recuperação pode acontecer através de algumas substâncias, que podem ser aplicadas ou via folha ou no solo, para que o cafeeiro tenha uma aceleração do metabolismo, aproveitando esse período que ainda tem iluminação e calor para recuperar um pouco do que perdeu. Não que vá conseguir diminuir totalmente o dano da seca, mas é possível auxiliar bastante – explica Teixeira.

– Para o produtor que não tem sistema de irrigação, minha sugestão é que consulte um técnico qualificado, faça um projeto e implante o sistema. E para quem já tem irrigação, mas não faz fertirrigação, que comece a fazer, pois está subutilizando o equipamento e a fertirrigação traz uma série de benefícios – aconselha.

Para a recuperação dos cafezais, Teixeira recomenda a utilização de compostos orgânicos e uma nutrição complementar adequada às necessidades do cafezal, que precisa se recuperar do estresse a que foi submetido.

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