A ferrugem asiática é a praga mais temida nas plantações de soja. A enfermidade provoca queda da produtividade em até 10 sacas por hectare, além de considerável elevação dos custos. Na última safra, as perdas causadas pela doença chegaram a R$ 1 bilhão em Mato Grosso.
Uma das estratégias dos produtores para tentar combater a ferrugem é o vazio sanitário na entessafra. Durante três meses, o plantio de soja fica proibido e os agricultores também precisam destruir as plantas tigueras. A ideia é evitar que o fungo causador da ferrugem encontre espaço para sobreviver. Em Mato Grosso, a medida é adotada desde 2006 e vinha apresentando bons resultados até este ano, quando os efeitos da prática não foram suficientes para tranquilizar os produtores.
O controle das plantas voluntárias ficou mais difícil por conta das chuvas, que se estenderam até o fim de junho. As condições posisbilitaram que o fungo encontrasse terreno farto para se multiplicar, ameaçando o futuro da safra que começa a ser cultivada a partir do próximo dia 15.
Segundo o coordenador da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal de Mato Grosso, Wanderley Dias Guerra, o cenário é crítico. Conforme Guerra, das 150 amostras de plantas tigueras encontradas nas principais regiões produtoras do Estado, mais de 100 estavam com ferrugem. Os exames comprovaram ainda que, mesmo em folhas secas, o fungo pode sobreviver por quase 30 dias.
O alerta é reforçado pela Aprosoja, que cobra atenção principalmente com as lavouras mais precoces. Para o gerente técnico da entidade, esse é o pior cenário para o início da safra nos últimos anos.
Segundo os especialistas, o recado serve para todos os produtores de Mato Grosso, mas nas regiões de Primavera do Leste, Nova Mutum, Campo Verde e Dom Aquino, o alerta deve ser ainda maior.