Segundo o diretor técnico da Aprosoja, Nery Ribas, parte dos mais de 3 mil hectares de soja plantads nas terras xavantes estão tomadas pela ferrugem.
– O momento é de redobrar a atenção, os cuidados e o controle das aplicações de fungicidas nas lavouras vizinhas, pois há alto potencial de inoculo – diz.
Os focos da ferrugem aumentaram devido à ausência do controle e tratamento da doença, pois somente um produtor conseguiu autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai) para fazer as devidas aplicações de fungicidas e controle do foco da doença. A não realização da colheita da soja aumentará a proliferação da ferrugem asiática, além da existência de soja guaxa no período do vazio sanitário.
– É importante que se realize o controle da ferrugem e também a colheita da soja na comunidade do Posto da Mata, pois muitos produtores vão colher soja até abril – afirma o vice-presidente da região Leste, Gilmar Del’Osbel.
Segundo Del’Osbel, os produtores dos municípios vizinhos estão fazendo sua parte, tanto que há poucos casos da doença na região. O segundo vice-presidente da região, Endrigo Dalcin, evidencia a importância dos produtores continuarem as aplicações de fungicidas no intervalo de 15 em 15 dias e garantirem uma boa colheita. Até o momento, mais de 35% dos 1,2 milhão de hectares já foram colhidos na região Leste. Caso a ferrugem não interfira na produtividade da soja na região, a estimativa é que se colha 3,7 milhões de toneladas de soja.
No fim de janeiro, o Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento (Mapa) já havia feito um alerta aos produtores da região, devido à presença da ferrugem nas lavouras situadas na gleba e ao alto índice de umidade que facilita a proliferação do fungo.
Na época, a situação das lavouras não foi considerada alarmante, mas preocupante pela comissão do Mapa e da Aprosoja em visita às lavouras de soja. O objetivo é reduzir riscos e minimizar as perdas, pois só na safra passada os prejuízos somados pela ferrugem asiática foram de aproximadamente um R$ 1 bilhão.