Apesar da seca que atingiu o Paraná, no início da safra, e colaborou para atrasar o aparecimento da ferrugem, o Estado – segundo produtor brasileiro de soja – já conta com o maior número de focos, (263), seguido de Goiás (171), do Mato Grosso do Sul (152) e do Mato Grosso (93).
Segundo o pesquisador Rafael Soares, da Embrapa Soja, o atraso na detecção da doença e sua lenta dispersão, na safra atual, foram motivados pela ampla adoção do vazio sanitário (período de 60 a 90 dias de não-plantio da soja durante a entressafra) e pela estiagem, no início da safra.
? O fungo causador da doença precisa de chuvas frequentes para se instalar na lavoura ? afirma Soares.
Há cerca de um mês, as chuvas vem se intensificando no sul do país e em outras regiões que sofriam com a estiagem, fator que tem favorecido o aumento acentuado da ferrugem. Por isso, os cultivos mais tardios de soja podem ser prejudicados pela doença.
? As plantas que estão no estágio reprodutivo (ainda não chegaram na maturação) podem ser atingidas pela ferrugem. Neste caso, a doença interfere na formação dos grãos e pode prejudicar a produtividade ? explica o pesquisador.
Soares ressalta que o controle químico com fungicidas é, atualmente, o principal método de controle da doença. Para ele, “o momento da aplicação dos produtos é crucial e deve ocorrer na ocasião em que são detectados os primeiros sintomas da ferrugem ou preventivamente, o que exige monitoramento constante para não deixar a doença se alastrar na lavoura”, explica.
Desde a sua ocorrência na safra 2001/2002 até a safra de 2007/2008, estima-se que a ferrugem asiática da soja tenha onerado o Brasil em mais de US$10 bilhões, somando-se as perdas de produtividade e o custo para o controle da doença, segundo informações do Consórcio Antiferrugem.