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Fertilizante feito à base de água do xisto pode estar no mercado em 2009

Insumo é resultado de parceria entre Embrapa Clima Temperado e PetrobrasA Embrapa está prestes a obter um fertilizante com tecnologia genuinamente brasileira capaz de ser uma alternativa a produtos fabricados por gigantes multinacionais.

Experimentos desenvolvidos na unidade Clima Temperado, em Pelotas (RS), com apoio da Petrobras, por meio do programa Xisto Agrícola, já comprovaram ganhos de até 15% na produtividade de culturas como arroz, milho e hortaliças a partir do uso de fertilizantes feitos à base de água extraída do xisto (rocha sedimentar formada há 250 milhões de anos e usada para produção de óleo e gás).

A expectativa dos pesquisadores é de ver o insumo produzido pela parceria Embrapa/Petrobras à disposição de agricultores de todo o país até o final de 2009. Atualmente, a equipe da Embrapa estuda três fórmulas diferentes.

O uso da água e de outros três subprodutos da rocha (calcário de xisto, xisto retortado e finus de xisto) na composição de adubos é estudado desde 2004 por uma equipe de 21 pesquisadores e 50 colaboradores da Embrapa. Após 36 meses de pesquisas um produto já foi colocado no mercado: a água de xisto, comercializada na forma de matéria-prima de fertilizantes para aplicação foliar.

? Agora trabalhamos para chegar a uma formulação própria, capaz de competir com os produtos existentes no mercado ? anuncia o pesquisador Clênio Pillon, chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Clima Temperado.

O percentual de 15% de ganho no rendimento das lavouras de milho e arroz é, conforme Pillon, satisfatório e está dentro da média dos produtos vendidos hoje no mercado brasileiro.

Outra boa notícia colhida pelos pesquisadores tem saído dos canteiros cultivados com feijão e batata, onde a aplicação de adubo à base de água de xisto aumentou a resistência das plantas a doenças e reduziu em até 50% a necessidade de aplicação de agrotóxicos.

? Estamos obtendo um avanço importante na elaboração de uma tecnologia nacional capaz de ser uma alternativa nesse mercado tão dependente de empresas estrangeiras ? reforça Pillon.

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