A alta nos custos de produção na agropecuária nacional foi expressiva em 2021, impulsionada especialmente pelo câmbio e pela maior demanda por insumos. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), fica evidente que produtores de tomate e de cebola também enfrentam essa intensa inflação dos custos.
No geral, dentre os insumos utilizados nas culturas de tomate e de cebola, a valorização dos fertilizantes se destaca. A alta no preço desse produto, por sua vez, esteve atrelada, especialmente, aos elevados patamares do dólar e do petróleo e às demandas nacional e internacional bastante aquecidas, sobretudo por fosfatados.
Segundo levantamento da equipe do Cepea, a propriedade típica de tomate de pequena escala de produção de Caçador (SC) registrou o maior aumento nos custos com fertilizantes em dois anos (de expressivos 62,5%), seguida pela da praça paulista de Mogi Guaçu (com aumento de 29,8%) e da catarinense de Lebon Régis (27,3%).
Para os próximos meses, o recente enfraquecimento do dólar frente ao real e a possível menor demanda por fertilizantes – já que boa parte das compras foi antecipada – podem impedir, ou ao menos frear, novos reajustes ainda em 2021.
O Cepea ressalta que o dólar valorizado elevou o custo fixo das propriedades levantadas pela entidade, calculado nesta edição pelo indicador Custo Anual de Recuperação do Patrimônio (Carp). “Isso porque, como boa parte das peças e/ou máquinas e implementos agrícolas é importada, a elevação nos preços desses itens tem sido bastante forte”, diz. Mesmo para os componentes nacionais, o aumento dos custos para a fabricação foi repassado ao produto final. Além disso, a maior demanda por máquinas e implementos agrícolas, especialmente por parte de produtores de grãos, reforçou o movimento de alta nos preços desses insumos.