Segundo o Rabobank, houve um aumento sazonal da demanda global por fertilizantes no segundo trimestre, com ampla área plantada durante a primavera na América do Norte. Projeções divulgadas pelo governo norte-americano para o plantio de milho foram maiores do que o mercado esperava, o que provocou um forte crescimento das compras de nitrogênio e elevaram os preços dos nutrientes agrícolas.
Entretanto, “até o fim do segundo trimestre, os preços globais recuaram um pouco, mas ainda estão de 10% a 12% mais altos do que no fim do primeiro trimestre de 2012 para nitrogênio e fosfato. Os preços do potássio ficaram estáveis”, recorda o Rabobank. Além disso, os mercados tiveram de assimilar as instabilidades da economia global, especialmente com a crise na Europa e um crescimento econômico menor na China, no Brasil e na Índia.
Essa influência da economia sobre os mercados agrícolas deve permanecer no curto prazo, segundo o banco, além dos riscos climáticos em regiões produtoras de grãos como no Mar Negro e nos Estados Unidos. “A maioria dos mercados agrícolas, especialmente milho e soja, continua se beneficiando da apertada relação entre estoques e consumo”, diz o Rabobank, ponderando que a incerteza macroeconômica deve promover certa cautela entre os compradores de fertilizantes.
A volatilidade do câmbio é vista como outro fator de risco para o complexo de fertilizantes: nos últimos 12 meses, o real se desvalorizou 18% frente ao dólar e a rupia indiana, 22%, o que tende a tornar as importações menos atrativas. “O Rabobank mantém uma perspectiva de neutra a negativa para os mercados de potássio nos próximos meses. A firme demanda da América do Sul – mais especificamente do Brasil – parece ser o único suporte para os preços do MOP (muriato de potássio), enquanto as compras na Europa e na Ásia permanecem fracas”, afirma o relatório.
Brasil
Embora o Rabobank espere um aumento sazonal da demanda por fertilizantes no País, com o início do ano-safra 2012/13, o crescimento do consumo deve ser limitado. Além do câmbio mais desfavorável para as importações, alguns produtores do Sul do Brasil (27% da demanda brasileira) mantêm estoques de nutrientes do ano passado. Eles também podem decidir aplicar menos fertilizantes de fosfato e potássio neste ano, diz o banco. Ainda assim, espera-se que o Brasil consuma cerca de 29 milhões de toneladas de fertilizantes em 2012, um aumento de 3% sobre 2011.