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FGV: Aceleração da alta da soja foi responsável por IGP-DI negativo

Dinâmica de aceleração nos preços da soja é formada por uma quebra de safra bem no fim do período de colheita, tanto no Brasil quanto na Argentina

Fonte: Jecson Schmitt/Arquivo Pessoal

A piora da dinâmica dos preços da soja no atacado foi o principal motivo para a surpresa negativa com o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de maio, avaliou nesta terça, dia 7, o superintendente-adjunto para inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros. Mais cedo, a FGV informou que o IGP-DI subiu 1,13% no mês passado, após avançar 0,36% em abril, acima das estimativas colhidas pelo AE Projeções, que iam de 0,74% a 1,09%.

Segundo Quadros, a história do IGP-DI de maio é a mesma registrada pelos outros IGPs da FGV já divulgados, como, por exemplo, o IGP-M e suas prévias. Só que com “números um pouco mais fortes”. 

“A soja veio mais forte. Havia uma ideia de que a inflação da soja estava chegando ao limite, mas isso ainda não aconteceu”, disse Quadros, destacando que a alta de preços acelerou entre as divulgações do IGP-M e o do IGP-DI – o primeiro cobre o período de 21 de abril a 20 de maio, enquanto o segundo, de 1º a 31 de maio. 

A dinâmica de aceleração nos preços da soja é formada por uma quebra de safra bem no fim do período de colheita, tanto no Brasil quanto na Argentina, por causa de questões climáticas. Choveu demais na Argentina e no Sul do Brasil, enquanto a seca atrapalhou a produção no Centro-Oeste. A isso se junta o momento de início do plantio nos Estados Unidos, cercado de incerteza em relação ao tamanho da safra, o que fomenta especulações nas cotações internacionais.

Um indício do agravamento dessa dinâmica no fim de maio é a contaminação dos preços do farelo de soja, lembrou Quadros. No IPA-DI, o item farelo de soja saiu de uma deflação de 0,74% em abril para uma inflação de 25,19% em maio. 

Segundo Quadros, os preços de ração não aceleraram no IPA-DI, sugerindo que ainda não houve transmissão dos preços, nem no atacado nem ao consumidor. Para Quadros, a transmissão para outros preços, chegando às carnes, por exemplo, poderá levar cerca de dois meses.

Quando essa alta chegar aos gastos com alimentação ao consumidor, deverá encontrar os preços de alimentos in natura no período de alívio, comum nesta época do ano por causa do clima. Por enquanto, ressaltou Quadros, o IPC-DI, que apura a evolução de preços no varejo e acelerou de 0,49% em abril para 0,64% em maio, foi puxado por preços administrados, como conta de luz, conta de água e o reajuste nos cigarros, após aumento de impostos.

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