– Tivemos duas quebras de safra de soja, uma na América do Sul, em especial no Brasil, e outra nos Estados Unidos, que também tiveram problemas na produção de milho – afirmou o economista, lembrando ainda da quebra da safra de trigo na Rússia.
Esses choques de oferta, de acordo com ele, não se restringem às próprias mercadorias, mas afetam cadeias produtivas como a da carne, que depende de milho e soja para a fabricação de ração animal. As quebras de safra em 2012 levaram o preço da soja, por exemplo, a fechar o ano com aumento de 67,29% no atacado.
– E os preços da soja agora estão caindo bem devagar porque, com tantos fatores climáticos desfavoráveis, o produtor está preferindo primeiro esperar para ver se a próxima safra será mesmo boa – salientou o especialista.
Quadros citou ainda os preços do arroz e do feijão, que também contribuíram de forma expressiva para o aumento do IGP-M em 2012. No varejo, o arroz subiu 32,98% no ano, o feijão carioquinha, 32,93%, e o feijão preto, 43,17%.
Para 2013, o coordenador acredita em arrefecimento da pressão das commodities agrícolas sobre os índices de inflação. A soja é um exemplo. De acordo com o economista, há uma previsão de aumento de até 20% na produção brasileira.
– Tudo indica que, do lado da soja, tudo o que subiu poderá ser devolvido – afirmou, prevendo que o IGP-M poderá fechar o ano que vem com uma taxa abaixo inferior à deste ano.