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Fibra da banana ajuda a diversificar economia do sul de SP

Microempresas usam a matéria-prima para produzir bolsas, colares e calçadosA matéria-prima do crochê que a microempreendedora Dante Sueli dos Santos faz na varanda de casa vem da bananeira. É a fibra extraída do caule da planta, material que o agricultor não aproveita, mas que nas mãos dela ganha valor.

Sueli e o marido, Denin Crivelini, trabalham juntos. Por enquanto o ateliê deles é em casa. E é lá, na sede da empresa, que o casal conseguiu se regularizar há um ano. A microempresa do casal tem mais de 200 itens, como bolsas, colares e até calçados.

Dona Sueli contou pra gente como é feita uma sandália:

? A sandália começa na retirada da fibra, o melhor da fibra, chamado filé. Aí é tratado, seco e trançado. Depois de trançado tudinho, manualmente, aí o solado da sandália vem em partes. O meu marido cola e monta. Mas todo o design e a parte de cima são feitos manualmente com fibra ? explica Sueli.

O município de Ilha Comprida, onde Sueli mora, tem 76 artesãos registrados como microempreendedores. Além da fibra da banana, eles trabalham com escamas de peixe, conchas do mar, produtos colhidos na praia. Para a microempreendedora Edileuza Ribeiro dos Santos, é ‘facinho, facinho’:

Catamos as conchinhas, pegamos do pescador as escamas do jeito que ele tira lá. Aí limpamos, colocamos de molho no cloro, lavamos e preparamos. Depois vem a parte do tingimento. Aí tem que cortar escama por escama pra chegar até este ponto aqui ou a flor ? conta dona Edileuza.

Isso é o que pode se chamar de produção sustentável. Utilizar produtos da natureza, sem agredir o meio ambiente, pode gerar renda, lucratividade. Uma pesquisa feita recentemente pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), mostrou que cresce na região sul do Estado de São Paulo, o Vale do Ribeira, o mercado deste tipo de produção.

Isso se deve muito à matéria-prima de sobra, como a fibra, já que se trata de uma região que produz muita banana; mas também às iniciativas de empreendedorismo refletem fortemente na economia da região.

Mais riqueza
A produção sustentável no Vale do Ribeira fez aumentar a geração de riqueza da região. A informação vem do levantamento feito no primeiro semestre do ano passado, considerando a movimentação econômica de municípios como Ilha Comprida.

Os analistas usaram o índice conhecido como IME-Regional, que avalia o desempenho da indústria, do comércio e dos serviços. O índice identificou um crescimento de 19,1% na economia do Vale do Ribeira. Nenhuma região de São Paulo cresceu tanto. No Estado, o crescimento foi de 7,1%. Os analistas compararam também com o desempenho destes setores no Brasil. A taxa ficou em 8,9%.

A analista do Sebrae e agrônoma Cláudia Gervásio Bilche participou do levantamento. Ela diz que o pessoal da chamada ‘produção sustentável’ tem um peso grande nestes números, porque oferece pro mercado um diferencial, cada vez mais apreciado pelo consumidor.

? Acho que o ponto é: nós temos produtos diferentes, e nós temos que colocar isso numa forma diferente no mercado para que o consumidor veja que estes produtos estão dentro dos padrões internacionais de sustentabilidade ? afirma Cláudia.

A empresa de Sueli e Denin começou 2011 com a expectativa de fechar um contrato com uma grande indústria de cosméticos. Eles vão fornecer bolsinhas que serão usadas como embalagens. Por enquanto, este e os outros produtos são comercializados em feiras. Por mês, o faturamento do casal chega a R$ 1,5 mil reais. É o primeiro, dos muitos passos que estes novos empresários pretendem dar.

O marido, inclusive, diz que já se sente um empresário a caminho da consolidação:

? Com certeza, eu vejo isso todo dia pela aceitação do trabalho e do produto. Eu tenho certeza que, com o passar do tempo, a tendência é crescer mais e mais, porque a aceitação é muito grande ? comemora.

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