— Estamos preocupados com a realidade. Se temos uma indústria com contêineres parados, precisando embarcar, não podemos entrar em uma briga que trará solução somente um ano depois, o que não resolve o problema da indústria, nem do Brasi — afirma Skaf.
Já o ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral, é de opinião que as autoridades brasileiras precisam ser firmes para conseguir reverter essas medidas protecionistas adotadas pela Argentina. No entanto, Barral observou que retaliar os produtos argentinos não é uma solução definitiva.
— A retaliação é um instrumento de negociação. Não é uma resposta definitiva. Criação de barreira é ruim para os dois lados, gera custos de transação, burocracia desnecessária e corrupção deslavada — avalia.
O ex-secretário de Comércio Exterior destaca a integração entre os países como uma alternativa de acordo.
O governo brasileiro vai esperar a medida entrar em vigor para avaliar o impacto das novas normas comerciais na economia antes de iniciar as negociações com o governo argentino. Nessa terça, dia 10, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, demonstrou o descontentamento com as reações do país vizinho.
No dia 11 de janeiro, a Argentina decidiu exigir apresentação de Declaração Jurada Antecipada de Importação (DJAI) dos importadores de bens de consumo. Essa exigência dificulta a entrada de produtos estrangeiros no país vizinho.Para o Brasil, essas medidas protecionistas podem provocar uma queda considerável nas exportações. A Argentina é um dos principais parceiros comerciais do Brasil.
Em 2011, as vendas externas brasileiras ao país vizinho somaram US$ 22,7 bilhões. De janeiro a dezembro do ano passado, a balança comercial entre os dois países registrou superávit para o Brasil de US$ 5,8 bilhões.