Segundo Skaff, os acordos firmados entre os dois países para evitar o bloqueio ao fluxo de produtos só devem ser validados de fato se o governo argentino mudar sua postura.
? A avaliação do resultado do que ocorreu aqui será observado nos próximos dias, dependendo das atitudes e dos procedimentos por parte do governo argentino ? disse Skaff.
De acordo com ele, o governo Kirchner tem apoiado procedimentos que prejudicam a integração comercial.
? É necessário que haja um enquadramento e que o governo argentino pare de dar amparo a processos de dumping que não se justificam, a licenças automáticas que não saem e a acordos de preços que prejudicam a inflação, porque provocam aumento de preço, e prejudicam o consumidor argentino ? avaliou.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, também reclamou do comportamento do governo argentino para com os produtos brasileiros. Segundo ele, o setor automobilístico foi o que mais investiu no Mercosul e está sendo prejudicado pelas barreiras comerciais.
? Nós representamos 40% do intercâmbio comercial entre Argentina e Brasil. Nosso setor hoje é o que mais está integrado no processo do Mercosul. Então é óbvio que existe uma expectativa clara do setor automotivo, até porque investiu acreditando nisso, que esse intercâmbio comercial possa voltar à normalidade o mais rápido possível ? defendeu Schneider.
Segundo ele, ainda não foram feitos cálculos sobre os prejuízos do setor com o protecionismo argentino. O presidente Lula disse em seu discurso que “o protecionismo não é solução, apenas cria distorções e situações difíceis de resolver”.