No encontro, os especialistas concordaram que um dos principais entraves para o desenvolvimento da agricultura é a atual logística. De acordo com o Ministério da Agricultura, 20% do total da rentabilidade do produtor ficam comprometidos com o frete. Nos Estados Unidos, por exemplo, o agricultor americano gasta apenas 7% com logística. O motivo é que as hidrovias são as principais responsáveis pelo escoamento da produção.
? Dentro do PAC estão previstos investimentos da ordem de R$ 455 milhões. Esses investimentos ainda são muito poucos diante daquilo que o Brasil precisa para dar um passo efetivo na incorporação das hidrovias, como uma ferramenta de logística consistente e que vai privilegiar principalmente o setor do agronegócio brasileiro. Para ampliar, por isso mesmo, o que disse aqui é que temos que fazer cada vez mais uma ação política qualificada, para um orçamento para mudar efetivamente o controle das hidrovias ? afirma o diretor-geral da Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq).
Com a utilização de ferrovias, o custo dos produtores pode diminuir em até 30%. Segundo o diretor presidente da Valec, empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes, as obras neste modal vão continuar, mesmo com a crise. A mais adiantada é a ferrovia Norte-Sul.
? No momento, a Valec está executando a ferrovia Norte-Sul, até Anápolis em julho de 2010. São 1.330 quilômetros, com investimentos hoje da ordem de R$ 4 bilhões ? afirma o diretor-presidente da empresa, José Francisco das Neves.
O presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp, Roberto Rodrigues, também explicou que para os projetos continuarem é preciso menos burocracia e uma maior articulação entre o Ministério da Agricultura e o do Meio Ambiente.
? Nos compete fazer pressão sobre os órgãos envolvidos no processo, para que se articulem. Em seguida, pressionar o Parlamento, o Executivo, para que o orçamento seja adequado. Para que o planejamento saia do papel e o Brasil vire finalmente uma potência do agronegócio ? diz.