Município faz divisa com o Paraguai e os produtores não acreditam que o novo calendário vai solucionar o problema; cidade já registra casos de ferrugem
Roberta Silveira | Guaíra (PR)
Os primeiros registros de ferrugem asiática já aparecem no oeste do Paraná. Guaíra, o excesso de umidade nas lavouras vem favorecendo o aparecimento de fungos. As lavouras do município já estão na fase de enchimento de grão, mas o grande volume de chuva fez os fungos aparecerem mais cedo este ano.
– Já aparecem doenças comuns de final de ciclo, como a antracnose e a mancha-alvo. Também encontramos foco de ferrugem, mas está controlada, aplicamos fungicidas. Mas, se a umidade continuar, a tendência é de aumento no custo – explica o engenheiro agrônomo da cooperativa Integrada Maico Hoffmann.
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Outra preocupação dos agricultores é por causa da mudança no calendário de plantio no estado, que proíbe o cultivo da soja de segunda safra. A partir da safra 2016/2017, o plantio de soja no Paraná só pode acontecer entre 16 de setembro e 31 de dezembro, com a colheita até 15 de maio. Guaíra é uma cidade que faz fronteira com o Paraguai, e lá não tem o período de vazio sanitário. O temor é que a medida não apresente resultado, caso os agricultores paraguaios não adotem o mesmo calendário.
– O que mais preocupa é essa fronteira com o Paraguai. Eles já estão no sexto ano com a soja safrinha e nós estamos vulneráveis. Os produtores daqui cuidam direito da lavoura, o problema mesmo são as plantas guaxas na beira de estrada – pontua o presidente do Sindicato Rural do município, Silvanir Rosset.
– Nós sabemos que os inóculos da doença são transportados pelo vento por longas distância. Nossa soja será prejudicada pela deles – reforça o agrônomo Claudio Brumatti.
Enquanto o novo calendário da safra não entra em vigor, o agricultor Marcelo Martorelli vai produzir a soja safrinha. Ele argumenta que é rentável, mesmo com a produtividade 30% menor.
Caravana
O município do oeste do Paraná recebeu a Caravana Soja Brasil nesta quinta, dia 10. No nosso auditório móvel, temas como controle de insetos foi um dos mais importantes. Os produtores aproveitaram o momento para tirar dúvidas com especialistas. O agricultor Isac Rosset participa pela segunda vez do evento e aprova.
– Eu acho muito importante a agricultura ser bem divulgada. Eu participei no ano passado e estou aqui de novo – comenta.
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