Fórum em Brasília discute papel do Brasil na produção mundial de alimentos

Foco do debate foi a região Centro-Oeste do paísUm encontro realizado nesta terça, dia 13, em Brasília, reuniu representantes do agronegócio, pesquisadores, ex-ministros e especialistas para discutir o papel da produção brasileira de alimentos no cenário mundial. O Fórum do Futuro debateu maneiras de garantir o abastecimento da população.

O foco da discussão foi a região Centro-Oeste, onde está concentrada a maior parte do cultivo de grãos do país.

— O Centro-Oeste brasileiro passou a ser uma das regiões mais importantes não só para o Brasil, mas para o mundo hoje. E nós estamos muito preocupados para que a discussão em torno do desenvolvimento do Centro-Oeste não caia naquele mesmismo de acusações de desmate, de não dasmate, de radicalizações. Não pode acontecer isso — afirma o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli.

Com o crescimento da população mundial, que deve passar de sete para nove bilhões até 2050, o Brasil terá papel fundamental para atender a demanda mundial por alimentos.

— Nós vamos ter um déficit de 600 milhões de toneladas de grãos que têm que entrar no planeta, senão vai haver um problema sério de alimentação — diz o pesquisador da Embrapa, Eduardo Assad.

— Se você olhar a competência brasileira em soja, algodão, cana-de-açúcar, pecuária de corte, nós estamos equiparados aos países mais evoluídos do mundo, com produtividade por hectare. Menos em relação ao milho. Então, nós precisamos fazer grandes investimentos de tecnologia de milho, que é a enorme fronteira tecnológica a avançar no Brasil — diz o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues.

É preciso ainda encontrar uma forma eficaz de melhorar o transporte dos produtos.

— O que nós queremos é que a logística seja aqui estudada sob um ponto de vista mais tecnológico, científico, buscando soluções práticas — afirma Paulinelli.

— No momento que nós entendermos que o modelo adotado até então de produção agrícola está chegando num ponto de balanço negativo, onde se gasta mais energia para produzir do que a energia que você produz, aí nós vamos ter situações e propostas de produção que serão mais inteligentes. Por exemplo, ao invés da gente falar somente em produção da lavoura solteira, nós vamos falar em sistemas de produção. Então, nós vamos produzir o ano inteiro e isso só o Brasil faz — avalia o pesquisador da Embrapa.

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