Rentabilidade foi o tema da edição do Fórum desta quarta, dia 24, realizado durante a Abertura Nacional do Plantio de soja, em Dourados (MS)
Uma safra recorde, que será positiva, mas com menos renda para o produtor rural. Este foi o tom do debate que ocorreu nesta quarta, dia 24, no Fórum Soja Brasil: Cenários da safra 2014/2015, diretamente da Abertura Nacional do Plantio de Soja, em Dourados (MS).
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Participaram do encontro o presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale, o presidente da Aprosoja-MS, Maurício Saito, o secretário de Políticas Agrícola do Ministério da Agricultura, Seneri Paludo, o presidente da Câmara da Cadeia Produtiva da Soja, Glauber Silveira, o presidente da Aprosoja-PA, Vanderlei Silva Ataídes, o pesquisador do Cepea-Esalq-USP Mauro Osaki e o analista de Safras & Mercado Paulo Molinari.
Os debatedores foram quase unânimes em pedir cautela aos produtores na hora de negociar a soja. A estimativa foi de um câmbio na casa dos R$ 2,50, com valor da soja entre US$ 9,00 a US$ 10,00/bushel. Para eles, o cenário não está favorável neste momento. Entretanto, sempre existe a chance de novas janelas de negócio aparecerem. Para aproveitar esse momento, o sojicultor deve ter paciência e observar o mercado antes de vender o grão. Paulo Molinari acredita que os agricultores que não fizeram negócio no começo de 2014 perderam os melhores preços desta safra.
– O que nós temos que focar é que o ano de 2015 começou no primeiro semestre deste ano. Os US$ 12,00/bushel que havia de contato futuro já passou. Não fomos proativos, agora temos que esperar – afirma.
Outro ponto em comum é que as últimas quatro safras geraram bons resultados para os produtores e que eles se acostumaram com preços acima da realidade de mercado. O pesquisador Mauro Osaki ratifica isso e afirma que preços na ordem de US$ 15,00/bushel dificilmente serão praticados tão cedo.
– Nos últimos sete anos, a soja teve rentabilidade positiva. Sendo que, nos últimos quatro anos, era a rota perfeita para os produtores realizarem seus investimentos. Nós estávamos “mal acostumados” com o cenário de preços altos. Além de monitorar os tratos culturais, temos que monitorar muito o mercado agora – pondera Osaki.
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Custos de produção
Para Glauber Silveira, o atual custo de produção acaba com a rentabilidade do produtor, somado com os problemas de mercado. O dirigente considera os atuais valores um “absurdo” para que os sojicultores consigam manter uma safra sem prejuízos.
– Nós temos um custo que virou absurdo. Hoje, precisamos fazer oito aplicações de inseticida, é um absurdo. Nossa defesa vegetal está custando algo entre US$ 200,00 a US$ 250,00 – reclama Silveira.
Quando citaram que o aumento no custo de produção estava dentro da inflação, Glauber Silveira reagiu.
– Nós estudamos os custos de todos os Estados brasileiros. Em alguns Estados, o valor da semente subiu 70% e do defensivo subiu 40%. Na média pode até chegar a 5%, mas com o câmbio que nós temos, não era para subir os custos de produção – ressalta.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Seneri Paludo, acredita que o produtor terá renda e defendeu o governo federal de críticas sobre a necessidade de estabilizar os preços. Para ele, a responsabilidade do governo é criar um ambiente de negócios para que a iniciativa privada construa sua capacidade.
– É totalmente factível que o produtor tenha renda, ela vai ser menor do que nos últimos anos. O aumento no câmbio pode ser bom, o que prejudica é volatilidade. Temos que refletir e ver o que queremos? O governo não pode chegar e comprar 100% da safra, nosso papel é criar um ambiente de negócios – explica Paludo.
Fórum Soja Brasil: Estratégias contra praga e doenças
Nesta quinta, dia 25, teremos mais uma edição do Fórum Soja Brasil. Desta vez, o tema será doenças e pragas na cultura da soja. Você já pode mandar suas dúvidas na página do Facebook do Soja Brasil e pelo Whatsapp do Canal Rural (11) 9-8524-0073.
Soja Brasil em Mato Grosso do Sul
A realização do roteiro do Soja Brasil em Mato Grosso do Sul tem a parceria da Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado) e da Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS).
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