Depois de ter anunciado a agenda na semana passada, Sarkozy voltou ao tema nesta quinta, dia 27, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça). Ele disse que a questão não é impedir que países produtores de alimentos, como o Brasil, se beneficiem da alta dos preços.
? O que estou dizendo é: ei, tenha cuidado, se há um aumento exponencial dos preços, geralmente há uma queda exponencial dos preços (posteriormente) ? afirmou durante discurso.
Ele defende um aperto regulatório no mercado de commodities para conter a especulação com alimentos e energia. Para Sarkozy, regulação significa transparência.
Sarkozy citou o movimento no mercado de cacau no ano passado como exemplo de situação inaceitável. A tonelada do cacau disparou para a maior cotação desde 1977 em julho de 2010, quando o fundo de hedge Armajaro Holdings comprou quase todo o cacau disponível no mercado europeu.
O tema pode gerar controvérsia com os países produtores que se beneficiam da alta das matérias-primas, até porque a França mantém subsídios a seus agricultores que desagradam os países em desenvolvimento.
? Vai ser um jogo de forças ? acredita o presidente da Embraer, Frederico Curado ? o Brasil tem todo o direito de defender sua posição, não podemos perder esse bom momento.
Para ele, sem o benefício das commodities, a crise no país teria sido mais grave. Em contrapartida, Curado não deixa de alertar para a possibilidade de desequilíbrio na balança comercial brasileira em razão do déficit dos produtos manufaturados versus o superávit dos produtos básicos.