Há um mês, o governo francês pediria a proibição imediata das importações do milho fabricado pela gigante norte-americana pela UE se o valor científico do estudo conduzido pela Universidade de Caen, na França, fosse comprovado.
A ANSES comunicou nesta segunda, no entanto, que o estudo não conseguiu apresentar uma evidência científica para sustentar sua afirmação de que ratos alimentados por dois anos com o produto, conhecido como NK603, desenvolveram mais tumores e outras doenças severas do que o grupo alimentado por milho comum.
– As conclusões alcançadas pelos autores não estão suficientemente apoiadas em dados – afirmou o diretor da ANSES, Marc Mortureux Said. Segundo a agência, o número de ratos no estudo foi pequeno demais para se chegar a uma descoberta significativa em termos estatísticos.
O governo francês assegurou que seguirá as conclusões da ANSES, mas acrescentou que patrocinará novas pesquisas de longo prazo sobre o impacto de transgênicos sobre animais e humanos. A Monsanto reiterou que não acreditava que as informações do estudo não trariam quaisquer mudanças em relação à aprovação das compras de NK603 ou sobre a segurança de produtos geneticamente modificados. Já o professor Gilles-Eric Seralini, autor do estudo, disse continuar acreditando em seus resultados.
O NK603 é amplamente utilizado em países como os Estados Unidos e o Brasil e a UE autorizou sua importação, embora não tenha aprovado seu cultivo. A França entrou em atrito com outros países da UE em função de outra semente de milho transgênico da Monsanto. As autoridades francesas suspenderam o uso da variedade MON810, permitida no resto do bloco, mesmo com a ordem de suspensão da proibição do Conselho de Estado francês.
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