A comercialização do herbicida Roundup 360, agroquímico à base de glifosato, foi proibida na França pelo tribunal administrativo de Lyon, na França. Na decisão tomada nesta terça-feira, dia 15, a Corte reverteu a autorização de venda do produto no país por “motivos de precaução”.
Na decisão, o tribunal relatou que estudos científicos e pesquisas em animais sugerem que o composto químico pode ser cancerígeno para humanos e prejudicial para a reprodução da vida humana e aquática, apesar da aprovação do bloco europeu do ativo químico. “Há evidências científicas de que o glifosato não é cancerígeno”, rebateu a Bayer.
A liberação da comercialização do herbicida na França foi inicialmente concedida pela Agência de Alimentos, Meio Ambiente e Saúde e Segurança no Trabalho do país (Anses), em 2017. A agência não comentou o caso até o momento.
Embora as vendas do Roundup 360 na França não sejam significativas, a decisão do tribunal pode fornecer munição para pessoas que estão processando a companhia nos EUA por causa dos herbicidas Roundup e Ranger Pro.
A Bayer enfrenta cerca de 9.300 processos que alegam que os produtos causam câncer. A empresa está recorrendo da decisão de um tribunal na Califórnia que a obrigou a indenizar em US$ 78,5 milhões o ex-jardineiro norte-americano DeWayne Johnson. Em agosto, um júri considerou que a exposição prolongada ao glifosato seria a causa do câncer de Johnson.
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