O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (8) que a Cúpula da Amazônia, realizada em Belém (PA), representa um “novo sonho” para a região e o mundo.
Em discurso na reunião, o mandatário afirmou que a Floresta Amazônica conviveu durante muito tempo com a “imposição de sonhos alheios”, mas ressaltou que hoje é o dia em que ela “fala para o mundo”.
O ex-ministro da Agricultura e presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, destacou a importância da comunicação eficaz para fortalecer a imagem do Brasil como potência agroindustrial e agroambiental, ao mesmo tempo em que se discute a preservação da Amazônia.
Turra ressaltou que a Amazônia é um patrimônio não apenas brasileiro, mas também mundial, e defendeu que é imperativo encontrar um equilíbrio entre a preservação das florestas e a promoção do desenvolvimento socioeconômico da região.
“A Amazônia é um patrimônio brasileiro de oito países, mas a do mundo também. E efetivamente, nós não podemos imaginar que ela se torne um santuário inacessível a uma população de 20 milhões de brasileiros que lá estão”, diz.
Ele destacou que a narrativa que enxerga o Brasil como um predador ambiental não condiz com a realidade, pois o país preservou significativas áreas florestais ao longo dos anos.
O ex-ministro mencionou dados da Embrapa que indicam que o Brasil mantém 28% da reserva florestal mundial preservada.
Diante desse contexto, Turra enfatizou a importância de reorientar a narrativa internacional sobre a preservação da Amazônia, demonstrando que o país possui um Código Florestal rigoroso que prevê a proteção de 80% dos espaços na região e permite a utilização sustentável de 20% para atividades como agricultura.
Ele defendeu que a preservação pode coexistir com a geração de renda e emprego para os habitantes da Amazônia, destacando iniciativas como o Fundo JBS pela Amazônia, que busca garantir subsistência aos ribeirinhos sem a necessidade de destruição ambiental.
O ex-ministro também enfatizou a necessidade de uma remuneração para a preservação, a fim de incentivar práticas sustentáveis e contribuir para a sobrevivência das comunidades locais.
Turra argumentou que a discussão sobre remuneração pode estender-se não apenas aos 20% de áreas que podem ser utilizadas para atividades produtivas, mas também para explorar alternativas que valorizem a preservação.