Fontes do mercado informam que na Paraíba os negócios já foram concretizados e compreendem um navio de 20 mil a 30 mil toneladas. No Ceará, a expectativa é que a decisão seja tomada na próxima quinta, dia 31. O presidente da Associação Cearense de Avicultura (Aceav), João Jorge Reis, informou que até lá o contrato deve ser fechado. O produto chegaria a Fortaleza por R$ 31 por saca CIF.
Segundo cálculos da Associação, o grão obtido via leilão de Valor de Escoamento do Produto (VEP) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) chegaria a R$ 42 por saca na última quinta, 31. De acordo com Reis, a dificuldade é reunir recursos para a importação da Argentina, uma vez que é preciso lotar um navio, com, no mínimo, 30 mil toneladas.
? O preço final está muito convidativo. O produto levaria 30 dias para chegar ao Estado ? afirma..
A decisão questiona a intervenção da Conab no mercado do grão. Realizados desde janeiro, os leilões de VEP deixaram de atrair progressivamente o interesse dos compradores. Na oferta mais recente, da última quinta, dia 24, apenas 1,9 mil toneladas (3,5%) das 53,2 mil toneladas de Mato Grosso colocadas à venda foram negociadas. Contudo, a companhia segue realizando as ofertas.
? Trabalhamos com regras que nos são impostas ? justifica o analista de mercado da Conab, Thomé Guth.
Os prêmios e os preços são definidos conforme a portaria interministerial 568. Os valores são estabelecidos por uma equação que leva em consideração, entre outros itens, a paridade de importação. Entretanto, com o alto frete pago para escoar o produto internamente, em função do período de escoamento da safra de grãos, o valor não está valendo a pena para os consumidores nordestinos. Guth ainda pondera que, se o custo de logística fosse mais baixo, os compradores do Nordeste buscariam o produto no mercado interno.
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) discorda das importações.
? Isto é anticoncorrencial e terá um impacto negativo para o setor. O mercado vai estar abastecido com produto de fora quando a safrinha chegar ? avalia o assessor técnico da comissão de cereais, fibras e oleaginosas, Gustavo Prado,.
Para ele, a situação mostra que os preços praticados pela Conab não estão corretos.