Com todo o milho já no mercado, os agricultores aguardam reação nos preços do grão para liquidar os 55,4% que restam a serem vendidos da safra, buscando sustentações nos leilões promovidos pelo governo. Apesar dos leilões, os valores oferecidos não atingem o preço mínimo em muitos municípios, fazendo com que agricultores segurem o produto na expectativa de alta nas cotações. Os altos custos com o frete também influenciam os negócios do cereal. Atualmente, o frete para transportar milho de Sorriso (MT) a Santos (SP) gira em torno de R$ 300 a tonelada, o que representa um custo de R$ 18,00 a saca, enquanto o preço do milho em Sorriso está em média a R$ 10,90 a saca, justificando a lentidão no ritmo de vendas.
Em 2014 novos picos para o frete de grãos são esperados, visto que boa parte do milho ainda não estará escoada e a projeção é de elevação na produção de soja.
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Mercado interno
Nos últimos meses, os preços do milho vêm apresentando uma queda significativa em Mato Grosso. Em relação a junho deste ano, no começo da colheita, o preço do cereal apresentou queda de 13,4%, com as cotações permanecendo R$ 2,09/sc abaixo do preço mínimo. O recuo é resultado da grande oferta do cereal no mercado. Apesar disso, o Pepro realizado pelo governo e a alta do dólar de 11,1%, de junho até agosto, estão amenizando a queda das cotações.
O preço do cereal fechou a semana a R$ 11,45/sc no Estado. Mesmo com o leilão de milho realizado no dia 27 de agosto, o mercado não reagiu muito, representando um aumento de apenas 0,2% na última semana.
Oferta e demanda
Mato Grosso apresenta oferta total de 22,12 milhões de toneladas de milho neste ano. O estoque final do cereal para junho de 2014 apresenta, no momento, 5,68 milhões de toneladas, 5,17 milhões de toneladas acima de um cenário ideal. Para evitar problemas logísticos de escoamento do cereal e déficit de armazenagem no próximo ano, o Imea alerta que é necessário aumentar o ritmo de vendas do milho, fato que não ocorre devido aos baixos preços do grão.
Para que ocorra o aumento do escoamento, é necessário que o volume de AGF e de Pepro seja maior, de 1 milhão de toneladas e 10 milhões de toneladas, respectivamente. Com esses valores, o Imea indica que restariam apenas 0,51 milhão de toneladas de estoque em 2014, evitando problemas na armazenagem.
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