O produtor rural Hiroshi Shintate conta que a sua plantação de alface, no município de Biritiba Mirim, há meses atrás ficava pronta em 40 dias, mas agora está levando 80 dias. É mais tempo de investimento em defensivos e manejo. Além disso, como não parou de chover, nas variedades de alface lisa as lavouras estão destruídas e as de folhas crespas também estão prejudicadas.
— Tivemos diminuição do tamanho, por causa do frio e da chuva. Então, a planta deixa de receber a temperatura, fica muito estressada e trava o crescimento. A qualidade fica muito feia e o tamanho fica pequeno. Está triplicando o nosso custo e nós estamos preocupados porque talvez a gente não consiga repassar esse prejuízo — afirma Shintate.
Em maio, dos 30 dias, choveu 21 e foram 120 milímetros (mm) registrados. Em junho já foram registrados 13 dias de chuva e mais de 200 mm registrados, sendo que o normal para todo o mês seria de 85 mm.
— Muitas vezes a gente faz aplicação, 15 ou 20 minutos, mas meia hora depois está chovendo e essa chuva lava os produtos e temos que fazer aplicação de novo. Nosso custo, em vez de dobrar, está triplicando — comenta o produtor.
A lavoura do produtor já tem uma quebra que ultrapassa os 50%. Ele produzia 120 mil pés de alface por semana, mas agora está conseguindo entregar apenas 55 mil. A queda foi registrada também em praticamente todo o Estado de São Paulo. Na região de Sorocaba, as perdas já passam dos 60%. Com isso, os preços já subiram para o consumidor. No Mercado Municipal de São Paulo, o aumento foi de 50% de maio para junho. Se comparado com os meses de janeiro, esse aumento chega a 100%, passando de R$ 1,50 para R$ 3,00.