Agricultores que comercializam os produtos na maior central de abastecimento gaúcha, a Ceasa, garantem que é mais difícil controlar os prejuízos do inverno do que os do verão.
? Na folha, ela queima, fica amarelada e quando vier a chuva ela vai apodrecer. É isso que tu podes observar na mercadoria. Esse amarelado é o da geada que já queima. Então, provavelmente quando chover, onde está o queimadinho ali, a parte que está amarela vai apodrecer ? disse Luciana Ferrari, produtora rural.
O levantamento da Ceasa, feito nos últimos 10 dias, mostrou que o brócolis foi o produto que teve o maior aumento de preço. A unidade que custava R$ 1,25 agora sai por R$ 2. Um crescimento de 66%. A couve-flor também subiu: 33%. Os produtores tentam diminuir os prejuízos.
? O produto enfraquece e começa a apodrecer, e em alguns deles não existe só a perda em quantidade, mas também a perda em qualidade. No caso desta couve, ela fica com as bordas arroxeadas, diminuindo bastante a aparência comercial. Apesar do produto estar íntegro, ele tem menos oferta no mercado, e o preço tende a subir ? Claiton Colvelo, da divisão técnica da Ceasa-RS.
E como o inverno só termina em setembro, a influência do frio sobre a produção agrícola está só começando.
? Se essa condição de frentes frias se mantiver, e a massa de ar polar entrar novamente, a tendência é ter menor oferta, e o produtor ter bastante prejuízo nas lavouras. Dificilmente há o desabastecimento, mas com certeza o preço se eleva nestas condições ? concluiu Claiton Colvelo, da divisão técnica da Ceasa-RS.