Desempenho abaixo do esperado, desvalorização de até 50% nos preços da saca, quando comparado com os praticados no início do plantio e transtornos na classificação do milho entre os armazéns. Esses são alguns dos gargalos que deixam os agricultores mato-grossenses cautelosos quanto ao futuro da cultura.
A preocupação diante os preços e a próxima temporada é o tema do episódio 99 do Patrulheiro Agro.
Agricultor em Tapurah, Régis Porazzi pontua acreditar que a safra 2022/23 de milho será uma safra normal e não uma super safra como se estima, pois, a realidade vista em campo, segundo ele, é outra.
“Você não vê os armazéns cheios como se via transbordando. Eu acredito que esse ano a safra do milho é uma safra normal”, comenta.
Porazzi já terminou de colher em sua área de mil hectares destinada ao milho segunda safra e, revela já ter negociado metade da produção. O restante está armazenado em bolsas de silos.
“O faturamento e a lucratividade nossa, esse ano, possivelmente, será bem menor do que o ano passado, embora esse ano é claro se colha um pouquinho a mais”, enfatiza Porazzi.
O agricultor Silvésio de Oliveira diz que a queda “tão grande” de preço pegou a maioria dos produtores de surpresa. E que mesmo vendendo, atualmente, ainda não se tem uma rentabilidade. O que leva muitos agricultores a segurar a produção em armazéns à espera um cenário melhor.
Espera de recorde na produção do milho não veio
No município de Vera foram plantados mais de 110 mil hectares de milho. Entretanto, a produção recorde não veio.
“Acreditamos que colhemos 7% a menos que o ano passado em produtividade por hectare. E agora os preços estão a metade… R$ 30, R$ 35 a saca. A rentabilidade com certeza vai ser bastante comprometida a ponto que em certos casos dará prejuízo”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Vera, Rafael Bilibio.
O Sindicato Rural do município estima que apenas 50% da produção de milho desta safra foi comercializada até agora.
Thiago Strapasson, agricultor na região, mantém armazenados 30% do milho que colheu na área de 1.320 hectares. O agricultor espera preços melhores para retomar as vendas.
“Nessa safra de milho nós levamos uma aula, uma aula bem dura. Onde nós fizemos toda a nossa tarefa bem certinha e fomos reprovados. Então, para nós hoje já está decidido que dentro da fazenda, vamos plantar só 30% da área para a próxima safra. O lucro está aqui dentro do armazém”, finaliza.
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